Por Anastasia Gubin, Epoch Times
Dois dentes de leite de crianças enterradas no extremo nordeste da Sibéria revelaram que ali viveu um grupo de pessoas que são ancestrais dos nativos americanos, em um período da última Idade do Gelo, 31 mil anos atrás.
O DNA dessas crianças chamadas “Antigos Siberianos do Norte” revelou que outro grupo que também viveu na Sibéria 19 mil anos depois, são seus descendentes misturados com os asiáticos.
O estudo considera que esse grupo resultante é “o elo perdido da ancestralidade indígena”, pois é o grupo mais parecido com os ancestrais indígenas das Américas, destaca o relatório do St. John’s College da Universidade de Cambridge, publicado em 5 de junho.
A professora Eske Willerslev disse que os habitantes a quem pertencem os dentes, os “Antigos Siberianos do Norte”, eram de um grupo até então desconhecido. Eles moravam perto do rio Yana, no local conhecido como “Yana Rhinoceros Horn (SHR)”, onde também foram encontrados cerca de 2.500 artefatos de pedra com milênios de idade.
O DNA mostra que entre eles não existia endogamia, então eles representam um grande grupo diversificado de pessoas que suportaram temperaturas extremas, caçavam mamutes, rinocerontes e bisões. “Os pesquisadores estimam que os números da população no local teriam sido cerca de 40 pessoas dentro de uma população maior de cerca de 500 pessoas” espalhadas ao redor, diz o relatório.
Os “Antigos Siberianos do Norte” ocupam agora um lugar significativo na história dos imigrantes pré-históricos. Eles geraram o mosaico genético de pessoas contemporâneas que habitam uma vasta área no norte da Eurásia e nas Américas. Juntamente com seus descendentes, esse “elo perdido” explica a descendência dos nativos americanos.
Os “Siberianos do Norte” emigraram da Eurásia Ocidental (e depois retornaram) numa época em que os asiáticos já existiam, segundo o professor Laurent Excoffier, da Universidade de Berna, na Suíça.
A mistura dos siberianos do norte com os asiáticos aconteceu depois.
O estudo inclui a análise dos restos mortais de um homem de 10 mil anos de idade que também morava no leste da Sibéria, perto do rio Kolyma.
“O indivíduo deriva sua ascendência de uma mistura de DNA dos Antigos Siberianos do Norte e DNA da Ásia Oriental (asiáticos), que é muito semelhante ao encontrado em nativos americanos”, destaca o relatório.
“É a primeira vez que essas ligações genéticas são descobertas fora dos Estados Unidos”, afirmam os descobridores.
É amplamente aceito que os seres humanos primeiro foram para as Américas, da Sibéria ao Alasca, através de uma ponte de terra que cruza o Estreito de Bering e que foi submersa no final da última Idade do Gelo, diz o relatório.
5 Fragmento de um objeto decorativo para cabelos feito de marfim, uma bandana, foi descoberto no local de escavação perto do rio Yana (Elena Pavlova, no St. John’s College, Universidade de Cambridge, publicada em 5 de junho de 2019)
“Os restos são geneticamente muito próximos dos ancestrais dos paleo-siberianos e próximos aos ancestrais dos nativos americanos. É uma peça importante no quebra-cabeça da compreensão da ancestralidade dos nativos americanos. Pode-se ver a assinatura de Kolyma em nativos americanos e paleo-siberianos. Esse indivíduo é o elo perdido da descendência dos nativos americanos”, disse o professor Willerslev.
Kolyma:
А из нашего окошка Колыму видать немножко … ❄
Золотая осень на озере Джека Лондона…
Колыма pic.twitter.com/3YrmYH77Xx— ✗นтթыйЁж (@slyhedge) November 20, 2018
Колыма: даурская лиственница на перевале pic.twitter.com/bSaysjsBtu
— Alexander Alexeev (@kolyma55) June 4, 2019
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