No horizonte distante de 2026, o universo se tornará ainda mais próximo quando o satélite PLATO (PLanetary Transits and Oscillations of stars) partirá em busca de planetas que possam, assim como a Terra, abrigar a vida.
Lançada pela Agência Espacial Europeia (ESA), essa jornada não é apenas uma aventura científica, mas uma tentativa de responder a uma antiga e inquietante pergunta: estaremos sozinhos sob a imensidão das estrelas?
Desde que o primeiro exoplaneta, 51-Pegasi-b, foi descoberto em 1995, quase 5.700 mundos foram revelados além do nosso sistema solar. No entanto, a verdadeira essência desses planetas ainda permanece um mistério.
“A descoberta de exoplanetas é muito importante (…), mas por enquanto não sabemos realmente do que são feitos, se são terrestres ou não, se são planetas aquáticos, se são superterras”, reflete Ana Heras, coordenadora científica da missão PLATO.
Serão rochosos, aquáticos ou algo ainda inimaginável?
A missão PLATO, que se lançará a 1,5 milhão de quilômetros da Terra, levará consigo a promessa de explorar esses mundos, encontrando aqueles que orbitam estrelas semelhantes ao nosso Sol e que possam estar localizados em regiões habitáveis, onde a água líquida — a semente da vida — possa existir.
Com uma precisão quase cirúrgica, os cientistas irão medir o tamanho, a massa e a idade desses planetas, traçando seus contornos invisíveis no vasto oceano do espaço.
Com 26 câmeras potentes, o telescópio observará, pacientemente, 200 mil estrelas, capturando imagens a cada 25 segundos.
“É como apontar um laser para um grão de areia a um quilômetro de distância, sem se mover”, explica Catherine Vogel, envolvida na construção da nave.
Um exercício de precisão cósmica, a missão irá desvendar os pequenos segredos de luz e sombra quando os planetas atravessarem a face de suas estrelas.
Essa missão, prevista para durar inicialmente quatro anos, abrirá caminho para uma nova fase de exploração em 2029, quando o satélite Ariel, também da Agência Espacial Europeia (ESA), entrará em ação.
O Ariel terá uma missão singular: investigar minuciosamente as atmosferas dos exoplanetas, buscando pistas que possam revelar sua composição e, possivelmente, sinais de vida.