A Meta Platforms, empresa controladora do Facebook e do Instagram, anunciou na terça-feira (7) que descontinuará seu programa de verificação de fatos. Segundo o CEO Mark Zuckerberg, a decisão visa restaurar a liberdade de expressão nas plataformas.
O novo sistema, chamado “Community Notes”, será implementado inicialmente nos Estados Unidos, em uma iniciativa similar ao modelo utilizado pela plataforma X (antigo Twitter).
“Vamos voltar às nossas raízes e focar em reduzir erros, simplificar nossas políticas e restaurar a liberdade de expressão em nossas plataformas”, afirmou Zuckerberg em vídeo divulgado na rede social Instagram.
Ele também destacou que os verificadores de fatos haviam se tornado politicamente enviesados, o que teria contribuído para excessos na moderação de conteúdo.
Contexto político e pressões externas
A decisão ocorre em meio a uma tentativa de aproximação entre Zuckerberg e o ex-presidente Donald Trump. Em 27 de novembro de 2024, ambos participaram de um jantar reservado no clube Mar-a-Lago, na Flórida. Embora o teor da conversa não tenha sido revelado, o encontro sugere um realinhamento estratégico da Meta com a nova administração republicana.
Desde a implementação do programa de verificação de fatos em 2016, a Meta vinha enfrentando pressões significativas para moderar conteúdo considerado desinformativo, especialmente durante a pandemia de COVID-19.
No ano passado, Zuckerberg enviou uma carta ao Comitê Judiciário da Câmara dos EUA, na qual admitiu ter cedido às exigências do governo Biden sobre remoção de postagens relacionadas à pandemia, incluindo memes e conteúdo humorístico.
Mudança de direção
Com o fim do programa de verificadores, a Meta planeja adotar uma abordagem mais personalizada em relação ao conteúdo político. Usuários que desejarem ver mais postagens desse tipo terão a opção de ajustar suas preferências.
Apesar disso, a empresa enfatizou que continuará priorizando a fiscalização de “violações ilegais e de alta gravidade”.
A decisão da Meta reflete uma tendência observada em outras plataformas de mídia social, como o X, cujo CEO Elon Musk também defende uma postura mais aberta em relação à liberdade de expressão. Musk foi crítico frequente das políticas da Meta, acusando-a de censurar vozes conservadoras.