Meta afirma que removeu 2 milhões de contas vinculadas a centros de golpes

Por Aldgra Fredly
25/11/2024 16:56 Atualizado: 25/11/2024 16:56
Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times. 

A Meta anunciou, em 21 de novembro, que removeu mais de dois milhões de contas neste ano vinculadas a centros envolvidos em golpes, incluindo esquemas conhecidos como “pig butchering” e outras operações maliciosas.

Os centros de golpes foram identificados operando em Laos, Mianmar (também conhecido como Birmânia), Camboja, Emirados Árabes Unidos e Filipinas, com esquemas direcionados a pessoas de todo o mundo, informou a gigante da tecnologia em uma postagem em seu blog.

“Há mais de dois anos, nossas equipes têm se concentrado em investigar e interromper as atividades de centros criminais de golpes no Sudeste Asiático”, afirmou a Meta, proprietária do Facebook, Instagram e WhatsApp. “Desde o início, nos engajamos ativamente com ONGs especializadas e parceiros da lei nos EUA e no Sudeste Asiático para entender melhor o modus operandi desses grupos criminosos, incluindo em locais como Sihanoukville, no Camboja, conhecido como um centro de golpes ligados ao crime organizado chinês.”

A Meta afirmou que os centros de golpes atraem moradores locais com anúncios de emprego falsos e depois os forçam a participar de fraudes online, como os esquemas de “pig butchering“, muitas vezes sob ameaça de abuso físico.

“Os complexos criminais obrigam seus trabalhadores a se envolverem em uma ampla gama de atividades maliciosas, desde golpes de criptomoedas, jogos de azar, empréstimos e investimentos (como o pig butchering) até fraudes de identidade envolvendo governos e outras entidades”, declarou a Meta. “Sabemos que essas organizações criminosas são extremamente persistentes, bem financiadas e trabalham para evoluir suas táticas e evitar a detecção, inclusive por autoridades policiais.”

O esquema pig butchering é uma fraude de investimento em que os golpistas constroem relacionamentos pessoais com as vítimas online antes de convencê-las a investir em esquemas fraudulentos de criptomoedas.

Esses golpistas frequentemente procuram vítimas por meio de aplicativos de namoro e outras redes sociais. Eles criam perfis falsos, frequentemente se apresentando como pessoas solteiras e atraentes, para atrair potenciais vítimas.

A vítima “pode ser autorizada a sacar pequenas quantias para construir confiança, mas, assim que começa a pedir o retorno de seu ‘investimento’ ou fica claro que não possui mais recursos para enviar ao golpista, os criminosos, geralmente localizados no exterior, desaparecem com todo o dinheiro”, explicou a Meta.

Em um caso específico, a Meta relatou ter recebido informações da OpenAI sobre um centro de golpes no Camboja que tentava gerar e traduzir conteúdo usando o ChatGPT, o que levou a empresa a interromper as atividades maliciosas em suas plataformas.

O Instituto de Paz dos EUA, uma instituição independente criada pelo Congresso, estimou, em um relatório de maio de 2024, que até 300 mil pessoas foram forçadas a trabalhar como golpistas online na região do Mekong, na Ásia.

“No final de 2023, uma estimativa conservadora do valor anual dos fundos roubados em todo o mundo por esses sindicatos criminosos chegou a US$ 64 bilhões”, afirma o relatório.

O major-general Teeradej Thumsutee, comandante da divisão de investigações do Escritório Metropolitano da Polícia Real Tailandesa, afirmou que as autoridades da Tailândia têm trabalhado com a Meta há mais de dois anos para desmantelar centros criminais de golpes.

Thumsutee declarou: “Conseguimos compartilhar informações para que eles possam investigar, agir contra os criminosos e nos ajudar a responsabilizar os sindicatos por trás desses centros de golpes.”

O FBI informou, em seu relatório anual de 2023, que recebeu mais de 69 mil denúncias de fraudes financeiras no ano passado envolvendo o uso de criptomoedas, com perdas estimadas em mais de US$ 5,6 bilhões.