Por Alicia Marquez
Mais de 600 barcos chineses estariam pescando ilegalmente em águas peruanas e equatorianas, denunciou um sindicato de pescadores na quarta-feira.
Alfonso Miranda, presidente do Comitê para o Manejo Sustentável de Lulas Gigantes (CALAMASUR), destacou que um total de 631 embarcações chinesas estariam pescando lulas gigantes de forma irregular no Pacífico Sul; afetando Peru, Equador e Chile.
“A pesca de lula gigante enfrenta um perigo claro e presente de crescimento contínuo e descontrolado do esforço de pesca exercido pela frota chinesa”, postou Miranda no Facebook no dia 2 de fevereiro.
Nos últimos anos, as frotas chinesas foram fortemente criticadas por depredarem e saquearem as reservas marinhas das Ilhas Galápagos, Chile, Argentina e Peru. Da mesma forma, organizações como a Oceana descobriram que os navios chineses “desapareceram” dos sistemas públicos de rastreamento.
Em 2017, o Equador apreendeu um navio chinês na reserva marinha das Ilhas Galápagos e colocou sua tripulação em julgamento por transportar 300 toneladas de espécies proibidas e ameaçadas de extinção, principalmente tubarões.
Miranda afirma que a sustentabilidade da lula gigante pode ficar irremediavelmente comprometida se a situação não for corrigida. Vários especialistas alertaram para os problemas ecológicos da sobrepesca da lula gigante, já que é o principal alimento de muitas espécies como o tubarão-martelo.
“A ausência de medidas de conservação coloca esta pescaria em risco de ser rotulada como atividade ilegal, não declarada e não regulamentada (IUU)”, acrescentou.
Os Estados Unidos se manifestaram sobre a atividade da China, requisitando a Pequim que pare as frotas de pesca chinesas que violam a lei internacional e ameaçam a pesca de outros países e o meio ambiente.
A Guarda Costeira dos EUA nomeou a IUU como a ameaça número um à segurança marítima global, superando a pirataria.
Atualmente, a China ocupa o último lugar no ranking IUU de países pesqueiros entre 1 – melhor desempenho – e 5 – pior desempenho – com uma pontuação de 3,86.
No início de dezembro, foi denunciada a incursão de embarcações pesqueiras chinesas nas águas do Atlântico Sul, principalmente na Zona Econômica Exclusiva (ZEE) da Argentina, quando mais de 100 embarcações pesqueiras chinesas foram avistadas na área.
“Não são apenas navios pesqueiros, mas também navios-tanque e cargueiros frigoríficos que fornecem o suporte logístico necessário para que esses navios operem continuamente sem retornar ao porto”, relatou uma fonte da Marinha Argentina responsável pela aplicação do controle no Estreito de Magalhães.
Siga Alicia Marquez no Twitter: @AliceMqzM
Entre para nosso canal do Telegram
Assista também: