Mais antigo que dinossauros, peixe ancestral desafia definição de “fóssil vivo”

Por Redação Epoch Times Brasil
22/09/2024 23:48 Atualizado: 23/09/2024 15:34

Os celacantos – peixes ancestrais que habitam os oceanos – vem despertando novo interesse científico. Conhecidos popularmente como “fósseis vivos”, esses seres marinhos têm uma história que remonta a mais de 419 milhões de anos, anterior até à existência dos dinossauros.

Contudo, um estudo recente da Universidade de Quebec, publicado na Nature Communications, desafiou essa nomenclatura. A pesquisa revela que, embora antigos, os celacantos estão longe de serem estáticos em sua evolução.

Historicamente, acreditava-se que os celacantos haviam desaparecido durante a extinção em massa do Cretáceo, há cerca de 66 milhões de anos. Esse evento eliminou aproximadamente 75% das espécies da Terra, incluindo os dinossauros, e deixou os celacantos fora dos registros fósseis por milênios.

A reviravolta aconteceu em 1938, quando a pesquisadora Marjorie Courtenay-Latimer encontrou um espécime vivo na África do Sul. Isso reavivou o interesse pelo peixe que se tornaria conhecido como Latimeria chalumnae.

Desde então, outra espécie – Latimeria menadoensis – foi descoberta nas águas da Indonésia e provou que esses peixes ancestrais ainda nadam em nossos mares.

Apesar da fama de “fósseis vivos”, a nova pesquisa sugere que essa designação pode ser enganosa. Os cientistas analisaram fósseis da Formação Gogo, na Austrália, um antigo recife tropical que existiu há 380 milhões de anos e abrigou mais de 50 espécies de peixes.

Ao utilizarem tecnologia de imagens 3D, os pesquisadores conseguiram desvendar aspectos importantes da anatomia dos celacantos. Eles revelaram que, embora sua evolução tenha desacelerado desde a era dos dinossauros, essas criaturas ainda se encontram em processo evolutivo.

As conclusões do estudo são intrigantes. Os celacantos que habitam os oceanos atualmente são notavelmente semelhantes aos seus ancestrais, o que sugere uma estabilidade em sua forma e função, ao longo das eras.

No entanto, os cientistas identificaram modificações que provam que esses peixes não são relíquias do passado, mas sim organismos em evolução lenta.

A pesquisa oferece uma nova perspectiva sobre a biologia desses peixes intocáveis, que continuam intrigando os paleontólogos (estudiosos de fósseis). Os celacantos não são apenas sobreviventes de um passado distante, mas representam uma continuidade evolutiva num mundo em constante mudança.

A fascinante história dos celacantos nos lembra que, mesmo os organismos aparentemente inalterados pelo tempo, estão sempre se adaptando. Enquanto nadam nos oceanos, esses peixes ancestrais continuam a nos contar histórias sobre a vida na Terra, passado e presente.