Maior desafio de viagem a Marte é radiação, diz ex-astronauta (Vídeo)
Por Epoch Times
O engenheiro mecânico e ex-astronauta russo Sergei Krikalev falou durante um simpósio da indústria espacial que ocorre até 23 de maio em Montevidéu, e explicou que a proteção contra a radiação espacial continua sendo o maior desafio que impede o homem de viajar à Marte.
“Mais cedo ou mais tarde nós chegaremos a Marte, mas provavelmente não em um curto período de tempo, porque ainda temos muitos desafios e o maior deles é a proteção contra a radiação”, disse o ex-cosmonauta para a Agência EFE.
A Terra possui um escudo magnético que protege o ser humano da radiação cósmica. Para além desse escudo terrestre, os cosmonautas estão desprotegidos. Alguns cientistas propuseram a criação de diferentes tipos de escudos em futuras naves, mas o assunto ainda está em estudo.
A NASA explica que a radiação, em sua forma mais básica, é constituída simplesmente de “ondas ou partículas subatômicas que transportam energia para outra entidade, seja um astronauta ou um componente de uma espaçonave”.
“A principal preocupação no espaço é a radiação de partículas. Essas partículas de energia podem ser perigosas para os seres humanos porque passam diretamente através da pele, depositando energia e danificando as células ou o DNA ao longo do caminho”, destacou a agência em um informe publicado em 2015, ao propor uma viagem a Marte.
“Esse perigo pode significar um aumento do risco de câncer em etapas posteriores da vida ou, no pior dos casos, uma doença crônica durante a missão, se a dose de partículas de energia for suficientemente grande”, acrescentou.
Em 2017, estudos sobre radiação continuaram demonstrando a falta de conhecimento do que pode ocorrer no espaço. A Nasa destacou, então, que “a epidemiologia humana pode ser aplicada às exposições espaciais; no entanto, existem incertezas adicionais relacionadas com a qualidade da radiação no espaço, embora as doses esperadas em missões espaciais sejam bem compreendidas”.
Sergei Krikalev, campeão de voo acrobático, é um astronauta experiente. Ele trabalhou com a agência espacial russa e também com a Nasa. Voou no STS-60, primeira missão conjunta de um ônibus espacial dos Estados Unidos com a Rússia, lançada em 3 de fevereiro de 1994.
Além disso, viajou no STS-88 Endeavour, em 1998; participou da primeira missão de montagem da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês); e foi membro da Expedição-1 da ISS lançada no ano de 2000. Ele também foi comandante da Expedição-11 da ISS, em 2005.
Quando realizou seu sexto voo espacial, Krikalev completou, de acordo com relatórios da Nasa, um total de 803 dias, 9 horas e 39 minutos no espaço, incluindo oito atividades fora da nave.