Por Michael Washburn
Um grupo bipartidário de legisladores liderado pelo deputado Young Kim (republicano da Califórnia) enviou uma carta no dia 15 de março a Mark Zuckerberg, CEO da Meta Platforms, para expressar sua “profunda preocupação” com o uso do Facebook pelo Partido Comunista Chinês (PCCh) como uma plataforma para divulgação de propaganda pró-Rússia enquanto a guerra de Moscou na Ucrânia continua.
“Esse é o emblema de um esforço maior das operações de propaganda do Partido Comunista Chinês para influenciar o diálogo e a política global sobre Rússia e deve ser recebida com uma resposta público-privada forte e coordenada”, afirmou a carta.
Os outros signatários da carta foram o deputado Ed Case (democrata do Havaí), o deputado Brian Fitzpatrick (republicano da Pensilvânia), Jim Costa (democrata da Califórnia), o deputado Bruce Westerman (republicano do Arkansas) e a deputada Abigail Spanberger (democrata da Virgínia).
A carta reconheceu que, logo após a invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro, o Facebook e a empresa-mãe Meta proibiram a mídia estatal russa de divulgar anúncios na plataforma de mídia social, um passo que levou à retaliação de Moscou ao cortar a disponibilidade do Facebook na Rússia.
Mas a ação rápida da Meta para impedir a Rússia de espalhar propaganda pró-guerra no Facebook não impediu que as emissoras estatais chinesas e contas afiliadas espalhassem o mesmo tipo de desinformação por meio de anúncios no Facebook, acusaram os legisladores. Nem uma política anunciada pelo Facebook em 2020 para impedir que meios de comunicação dominados pelo Estado comprem publicidade destinada a usuários dos EUA fez nada para impedir que as mesmas entidades comprem anúncios direcionados a usuários em jurisdições estrangeiras.
A carta continuou citando um relatório que descobriu que o PCCh estava usando a plataforma para influenciar a opinião pública a favor das ações da Rússia na Ucrânia. A China Global TV Network, uma entidade controlada pelo Estado com 118 milhões de espectadores no Facebook e 2,4 milhões no Instagram, divulgou pelo menos 21 anúncios no Facebook que continham reportagens pró-russas sobre a invasão, segundo o relatório.
“Isso é ainda mais preocupante considerando que os meios de comunicação chineses em sua plataforma, e até o ministro das Relações Exteriores da China, estão repetindo a desinformação do Kremlin, incluindo relatórios falsos de forças russas visando biolaboratórios dos EUA na Ucrânia, algo que pode ser usado como pretexto para uma operação de bandeira falsa para justificar uma ampla violência contra civis”, alertaram os legisladores.
Nas últimas semanas, diplomatas chineses ampliaram a desinformação russa de que os militares dos EUA mantêm laboratórios de pesquisa biológica na Ucrânia para pesquisar armas biológicas, o que autoridades americanas descreveram como “propaganda russa” buscando justificar retroativamente a agressão de Moscou no país.
Em sua carta, os legisladores pediram uma série de medidas corretivas para combater a propaganda do PCCh sobre a guerra da Rússia contra a Ucrânia.
Eles transmitiram suas propostas em uma série de perguntas a Zuckerberg, incluindo: que medidas a Meta está tomando para garantir que a desinformação russa sobre a invasão da Ucrânia não se espalhe para os Estados Unidos e o público global por meio de contas afiliadas ao PCCh e outras contas não russas; quais esforços a Meta está fazendo para ampliar o escopo de sua política de 2020, impedindo a mídia controlada pelo estado de comprar anúncios do Facebook voltados para o público americano e estrangeiro; e quanto dinheiro as emissoras estatais chinesas pagaram à Meta por anúncios “amplificando a desinformação russa”.
O Epoch Times entrou em contato com Meta para comentar.
Entre para nosso canal do Telegram
Assista também: