Por Reuters
LISBOA – Autoridades de uma ilha portuguesa no meio do Atlântico atingida por milhares de pequenos terremotos nos últimos dias começaram a evacuar pessoas que vivem no fundo de falésias costeiras na quinta-feira, à medida que crescem os temores de um terremoto mais forte ou uma erupção vulcânica.
Desde sábado, mais de 2.000 terremotos, com magnitude entre 1,6 e 3,3, foram registrados na ilha vulcânica de São Jorge, no arquipélago dos Açores, segundo o centro de vigilância sismo-vulcânica CIVISA da região.
Os pequenos terremotos, que até agora não causaram danos, foram relatados ao longo da fissura vulcânica de Manadas, que entrou em erupção pela última vez em 1808. Um grande terremoto atingiu a ilha em 1980, causando graves danos.
A CIVISA elevou o alerta vulcânico para o nível 4 de 5, o que significa que há uma “possibilidade real de erupção”, e disse que o número de terremotos estava acima dos níveis normais.
Os que se encontram internados ou em lares de terceira idade no concelho das Velas, provavelmente a zona mais afetada, já foram transferidos para a Calheta, do outro lado da ilha.
O prefeito das Velas, Luís Silveira, disse na quarta-feira que os planos de evacuação do resto da população para a Calheta ou para outras ilhas só serão ativados em caso de necessidade.
Um porta-voz do município disse à Reuters que aqueles que vivem nas chamadas “fajas” da ilha, pequenas planícies originalmente criadas por lava ou deslizamentos de terra no fundo de falésias, seriam evacuados preventivamente. Existem cerca de 40 “fajas” em São Jorge.
A evacuação começa após o arquipélago dos Açores ter ativado o seu plano de emergência.
São Jorge, uma das nove ilhas que compõem os Açores, abriga cerca de 8.400 pessoas e faz parte do grupo central do arquipélago, que inclui os destinos turísticos populares do Faial e do Pico, também vulcânicos.
O presidente dos Açores, José Manuel Bolieiro, visitou São Jorge na manhã de quinta-feira e disse que “tudo estava preparado” para evacuar as pessoas, acrescentando que o governo também está trabalhando para aumentar o número de voos comerciais.
As autoridades disseram aos moradores para onde ir em caso de necessidade e disseram que alertas seriam enviados à população por meio das redes sociais, da rádio local e pelo toque dos sinos das igrejas da ilha.
Por Catarina Demony
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