Google usa algoritmo para não exibir vídeos ou notícias de direita

Câmeras escondidas, documentos vazados e depoimentos foram usados para denunciar manipulações do Google

26/06/2019 18:56 Atualizado: 26/06/2019 18:56

Por Teff Ferrari, Senso Incomum

O portal Summit News noticiou nesta segunda-feira (24) que o Projeto Veritas apresentou indícios de que o Google estaria tentando fazer uma “seleção” da notícia que chega ao público e, adicionalmente, manipular as eleições de 2020 nos Estados Unidos. A matéria aponta que o Google supostamente estaria usando um sistema de inteligência artificial em seu algoritmo para reduzir o alcance de conteúdo de canais do YouTube e na relevância de pesquisa com base em palavras e frases usadas para vídeos considerados de “direita”.

Câmeras escondidas, documentos vazados e depoimentos foram usados para denunciar manipulações do Google utilizando algoritmos viciados com a intenção de prevenir a continuidade da direita de Trump no poder e, também, “tornar os resultados de pesquisa mais justos e equitativos”.

O vídeo inclui imagens vazadas, realizadas por um executivo sênior do Google, de funcionários importantes e antigos, como Jen Gennai (“Head of Responsable Innovation” do Google) e Gaurav Gite (“Software Engineer” do Google), comentando explicitamente sobre como os algoritmos trabalham. Eles insinuam que a empresa teria planos para afetar os resultados das eleições e que iria “redefinir a realidade com base no que consideram justo incidindo no que querem e no que faria parte de sua agenda política”.

Paul Joseph Watson, conhecido influenciador digital da direita, comentou sobre o vazamento e publicou em seu Twitter um trecho do vídeo:

De acordo com a fonte, o “Machine Learning Fairness” (“Justiça Aprendida pela Máquina”, em tradução livre) é uma das muitas ferramentas que o Google estaria usando para promover uma agenda política “tendenciosa”. Documentos vazados elaboram como a “Machine Learning Fairness” faz para resolver e intervir nas “injustiças algorítmicas” através de Inteligência Artificial.

(Reprodução)
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Aqui, pode-se ver alguns exemplos de como a “Machine Learning Fairness” opera nas pesquisas do Google:

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A Executiva Jen Gennai do Google explica boa parte do funcionamento do sistema algorítmico no vídeo e segundo ela:

“A razão pela qual lançamos estes princípios na utilização da Inteligência Artificial é porque as pessoas não estavam estabelecendo limites e não conseguiam medir as consequências das coisas, nem sequer entender o que é justo e o que não é justo, então nós, como somos uma grande empresa, vamos dizer isso para elas.”

Alguns documentos vazados detalham como o Google define e prioriza o conteúdo de diferentes editores de notícias e como seus produtos apresentam esse conteúdo. Um documento chamado “Fake News-letter”, explica o objetivo do Google de ter um “ponto único de verdade” em seus produtos.

(Reprodução)
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Outro documento recebido pelo “Projeto Veritas” explica o “News Ecosystem” (Ecossistemas de Notícias, em tradução livre), menciona “diretrizes editoriais” que parecem ser determinadas e administradas internamente pelo Google. Essas diretrizes controlam como o conteúdo é distribuído e exibido em seu site.

(Reprodução)
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Os documentos que vazaram parecem mostrar que o Google toma decisões sobre quais notícias eles priorizam, promovem e distribuem em seus sites. Alguns dos comentários feitos por Gennai levantam questões semelhantes. A executiva explica que “fontes conservadoras” nem sempre coincidem com as práticas editoriais do Google.

O “Projeto Veritas” pretende continuar investigando abusos em grandes empresas de tecnologia e encoraja mais pessoas de dentro do Vale do Silício a compartilhar suas histórias através de sua campanha “Seja Corajoso”. O Google não respondeu à solicitação de resposta do “Projeto Veritas”.

Outros documentos do Google vazados podem ser visualizados AQUI.

Resumo em português:

Teff Ferrari é psicóloga organizacional, Nerd de Carteirinha, Admiradora da Visão de Mundo Conservadora e Entusiasta de Games e Tecnologia