O Google afirmou nesta terça-feira que seu último modelo de inteligência artificial (IA) é capaz de obter 91,1% de aproveitamento na prova para obter o diploma em medicina nos Estados Unidos (USMLE), durante sua conferência The Check Up, em Nova Iorque.
“Há cerca de um ano e meio, criamos o primeiro sistema de IA capaz de passar em um teste de licença médica chamado MedQA da USMLE. Nosso modelo mais recente, otimizado para o âmbito médico, alcançou desempenho de ponta no setor médico e obteve mais de 91% de pontuação”, disse Greg Corrado, chefe da equipe de saúde e IA do Google, durante a conferência.
O Google disse que está pesquisando como uma versão do modelo de IA Gemini, otimizada para o setor médico, pode liberar novos recursos para raciocínio avançado, compreensão de um grande volume de contexto e processamento de várias modalidades.
A empresa explicou que, como o Gemini é multimodal – capaz de processar texto, imagem, áudio e vídeo – ele tem sido útil para tarefas complexas, como a geração de relatórios para imagens 2D, 3D e raios-X.
“Embora esse trabalho ainda esteja em fase de pesquisa, há potencial para que a IA generativa em radiologia forneça recursos de assistência às organizações de saúde”, afirmou a empresa em comunicado.
Vários protótipos e estudos foram apresentados e exibidos hoje, incluindo um ultrassom portátil com IA chamado Maternal Health Ultrasound AI que fornece informações para facilitar a interpretação de imagens de ultrassom, o que poderia ajudar em zonas rurais ou subdesenvolvidas, onde não há especialistas que possam ler exames de ultrassom.
As informações que essa máquina, que está em fase de desenvolvimento, pode fornecer são a posição do feto, por exemplo.
Outra vantagem desse sistema é que ele custa cerca de US$ 3 mil. Já um sistema de ultrassom tradicional pode custar US$ 300 mil.
A Health Acoustics Research (HeAR), por sua vez, é um modelo de IA especializado em informações de saúde a partir de sons, como tosse ou respiração, que poderiam ser usados como base para estudos sobre tuberculose ou covid-19.
Ivor Horn, chefe do escritório de equidade em saúde do Google, disse à Agência EFE que a saúde e a assistência médica estão começando a entender as oportunidades que a IA pode oferecer.