Golias, os hobbits e a teoria das três espécies de seres humanos

Por Leonardo Vintiñi
05/07/2023 15:24 Atualizado: 05/07/2023 15:26

O referido achado parece ser uma peça a mais no quebra cabeças de uma teoria mantida no limbo pela comunidade antropológica e arqueológica, que postula a coexistência de três espécies humanas de distintos tamanhos na antiguidade: os gigantes, os humanos atuais e os anões. Foram se acumulando tantas evidências acerca da existência destas três espécies humanas, que os cientistas têm tido de se esforçar muito para “fazer vista grossa” e manter o esquema de evolução linear que é aceito pela maioria.

Para começar, a existência de uma raça de homens hobbit com uma média de altura em torno de um metro, passou da lenda para a realidade no outono de 2004, quando um grupo de pesquisadores descobriu na Indonésia ossos de pequenos humanos que teriam convivido com o homem atual há cerca de apenas 12.000 anos atrás. Mesmo que a data de extinção desta raça seja baseada nos restos encontrados, foram tecidas hipóteses que postulam a sobrevivência de descendentes de hobbit na parte mais remota das selvas daquele país.

Porém, o que amplamente ignorado, é que no século passado não foram escassos os achados de fósseis de homens de tamanhos que triplicam a altura de um humano usual. De fato, são tantos que apenas podemos tratar alguns superficialmente. Praticamente, foram achados restos de homens gigantes em todos os pontos do globo.

Talvez o caso mais popular, reconhecido cientificamente, seja o do “gigante de Java”, encontrado no sul da China, cuja antiguidade ronda os 300.000 anos. Na porção meridional deste mesmo país, foram encontrados restos de um humano semelhante, possuidor de seis dedos em cada extremidade. Esta característica, a polidactilia (número anormal de dedos nas extremidades), parece ter sido um padrão habitual nesta raça de homens. Uma passagem bíblica conta: “Houve ainda também outra peleja em Gate, onde estava um homem de alta estatura, que tinha seis dedos em cada mão, e seis em cada pé, vinte e quatro por todos; também este era descendente do gigante.” (Samuel 21:20 e Crônicas 20:6).

Um caso similar ao anterior aconteceu em uma gruta de Atyueca (ex-União Soviética), onde foram encontrados esqueletos de homens que mediam entre 2,80 e 3 metros e também apresentavam seis dedos nas mãos e nos pés.

Outros casos que podemos nomear, repassando os anais arqueológicos, são os das tumbas de Chenini, em Túnis, onde descansavam os restos mortais de indivíduos de 3 metros de altura; o sepulcro de Bradford, nos EUA, encontrado em 1880, que guardava esqueletos de mais de 2 metros de altura com estranhas proeminências em forma de corno que sobressaíam acima dos arcos ciliares; as pegadas da era cretácea, em Glen Rose, Texas, que mediam 54,61 por 13,97 centímetros e que, curiosamente, se encontravam junto a rastros de um brontossauro; os jovens gigantes de Lixus, cuja altura, aos onze anos, ficava na média dos 2,20 metros; e, por último, os restos ósseos encontrados em Garós, no sistema montanhoso de Urbasa, em Castela, Medinaceli, León, Cantabria e outros lugares, todos situados na Espanha.

Segundo os documentos, o maior gigante encontrado até o momento, teria um esqueleto de 5,18 metros de altura, e foi desenterrado em 1956, em Gargayan, nas Filipinas. Cada um de seus dentes incisivos tinha cinco centímetros de largura, por quinze de comprimento. Acredita-se que, em vida, este homem pudesse ter alcançado os 5,40 metros.

Porém, nem tudo são restos biológicos. Alguns exploradores têm se deparado com ferramentas com um tamanho nada discreto. A seis quilômetros de Safita (Síria), arqueólogos encontraram clavas de 3,8 kg de peso. No Marrocos, foram descobertos machados de lâmina dupla de 8 kg. Dadas as dimensões destas ferramentas, apenas poderiam ter sido manipuladas por seres de um porte extraordinário.

Colocando de lado as lendas (que, por certo, são abundantes), ferramentas e ossos de gigantes, há outro fator que os partidários da teoria das três raças propõem como argumento válido da existência de gigantes: os monumentos megalíticos de tamanhos descomunais que se encontram erigidos em quase todos os continentes da Terra. Se levarmos em conta que na atualidade não existem meios para mover rochas de magnitudes como as que formam as pirâmides do Egito, o Stonehenge, os moai da ilha da Páscoa (Chile), etc., podemos começar a cair em uma arrepiante incerteza. É verdade que algumas destas enormes rochas poderiam ser movidas mediante a maquinaria que temos conseguido desenvolver em nossos tempos, porém… como o conseguiram os antigos humanos? Talvez, mediante a existência desta raça de Golias, se possa encontrar a resposta.

Mas aceitar de fato que os humanos modernos tenham coexistido até a muito pouco tempo com seus pares anões e gigantes significaria derrubar uma quantidade de teorias arraigadas e recomeçar do zero. De fato, as provas existem, mas ao que parece ainda não há um grande número de cientistas dedicados a estudá-las. A história parece haver mostrado novamente que mitos populares encerram uma grande realidade, porém a pseudociência da parcialidade ainda persiste.

Por exemplo, existe uma exposição proveniente da China, que anuncia desde muito tempo o que a maioria dos cientistas tacharam de irrisória, a existência do “hobbit”. Referida exposição propõe que há 100.000 anos os deuses criaram as três espécies humanas em questão para testar qual era a que mais se adaptava ao ambiente terrestre. Diz-se que para os anões as distâncias eram enormes e para os gigantes os recursos e as distâncias eram demasiado curtos. Por isto, no lapso de 50.000 anos, ambas as espécies começaram a extinguir-se. Segundo a referida exposição, os humanos medianos, que haviam se adaptado melhor a este mundo, seriam os atuais povoadores da Terra. Também afirma que alguns poucos gigantes sobreviveram no anonimato, e o último se extinguiu faz aproximadamente um século. O mesmo se diz dos anões, que se ocultaram por temor de serem eliminados, mas que alguns também puderam sobreviver no anonimato, inclusive até os dias de hoje. Surpreendentemente, esta exposição que tem começado a difundir-se também no ocidente, revela dados muito similares aos obtidos mediante os estudos científicos.

Em conclusão, as lendas de anões e de gigantes que são narradas no folclore de praticamente todas as etnias do mundo, transcenderam as provas verazes de sua existência. Se estivéssemos dispostos a afrontar uma realidade como esta, a tomar coragem e derrubar o seguro refúgio do que se aprendeu, seguramente várias perguntas saltariam na forma de uma grande ebulição em nossas cabeças: Como puderam haver coexistido três espécies humanas tão díspares em tempos antigos? Teriam relações sociais amistosas ou hostis? Ajudavam-se? Ignoravam-se? Que estruturas sociais tinham? Poderia ter sido hoje a melhor raça adaptada (e, portanto, a sobrevivente) a dos “hobbits”? Poderia ter sido a dos gigantes? Quantos mitos mais existentes na história esperam para revelar-se através de provas concretas neste mundo humano? A verdade é que isto parece impossível de se saber, contudo, por enquanto, apenas podemos seguir caminhando muito vagarosamente, pelo estreito caminho da ciência e tomando cuidado para não cairmos de bruços ao tropeçar com algum outro “mito” que possa ser real.

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