Os sistemas de inteligência artificial podem melhorar os meios de comunicação, mas também criar ameaças, razão pela qual, em um editorial escrito com a ajuda do próprio ChatGPT, a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) exigiu um “marco para o desenvolvimento ético e a regulamentação dos ‘chatbots'”.
“Os chatbots correm o risco de fomentar inadvertidamente a desinformação e as notícias falsas” e, além disso, podem “substituir completamente os jornalistas, tirando-lhes a segurança do trabalho e deixando muitos trabalhadores e trabalhadoras da comunicação sem emprego”, alertou a FIJ em seu editorial de abril.
Por isso, a federação de imprensa propõe “a colaboração entre a indústria dos meios de comunicação, as empresas de tecnologia e os sindicatos de jornalistas” para estruturar um “marco para o desenvolvimento ético e a regulamentação dos ‘chatbots'”, ao mesmo tempo em que blinda os postos de trabalho.
“Este editorial foi produzido pelo ChatGPT com pequenos ajustes da FIJ”, acrescentou a federação, que vê a inteligência artificial como uma possível ameaça à profissão, mas também como uma ferramenta positiva para o jornalismo.
Nesse sentido, apontam que os “chatbots” podem “permitir que os jornalistas automatizem tarefas rotineiras, como verificação de fatos, resumos de artigos e traduções”.
“Isso pode economizar tempo dos jornalistas para se concentrar em tarefas mais complexas, como o jornalismo investigativo e as análises”, destacou a FIJ, acrescentando que esses sistemas de inteligência artificial também podem “ajudar os meios de comunicação a interagir com seu público de maneira mais interativa e personalizada”.
Em todo o caso, se estes sistemas “não forem concebidos de acordo com normas e regulamentos adequados, podem contribuir para a difusão de informações falsas e minar a confiança do público nos jornalistas e nos meios de comunicação”, advertiu a plataforma, frisando o “papel fundamental” dos sindicatos de jornalistas no monitoramento dessa tecnologia.
Os sindicatos também podem defender a necessidade de investir na formação e desenvolvimento dos jornalistas para facilitar a sua adaptação às novas tecnologias e garantir que não fiquem para trás, sugeriu o editorial.
As mudanças entre o texto original que o ChatGPT escreveu e o que a FIP finalmente publicou são mínimas, de apenas duas frases em um texto de cinco parágrafos, segundo constatou a EFE.
Enquanto o programa escreveu que o ChatGPT é “uma dessas tecnologias que está gerando muito interesse”, a FIJ optou por afirmar que “está gerando muitas manchetes”.
Por fim, o chat escreveu que “podemos desenvolver um marco para o desenvolvimento ético e regulamentação dos chatbots, protegendo ao mesmo tempo os empregos e o futuro dos jornalistas”, mas o sindicato retirou a referência ao “futuro dos jornalistas”.
Entre para nosso canal do Telegram
Assista também: