Evidência física sobre energia chi existe, não é mero conceito espiritual

07/11/2017 18:16 Atualizado: 13/03/2018 08:35

Bastante difundida na filosofia antiga é a ideia de que o corpo possui um sistema de canais ao longo do qual flui energia. Esta energia afeta a saúde e pode exercer poder – por exemplo, ela pode ser usada para dar e resistir golpes nas artes marciais – especialmente quando reforçada por meio de meditação ou práticas similares, como qigong.

Na Polinésia, essa energia chamava-se mana; no Egito, ka; no Japão, ki; no misticismo judaico, ruach; na Índia, prana; na China, chi ou qi; e mais recentemente no Ocidente, élan vital ou energia sutil.

Assim, os muitos nomes de uma energia indescritível, porém poderosa, no corpo humano estão presentes em diversas culturas, e no jargão científico moderno tem sido chamada “bioeletromagnetismo”.

(Antonika)
(Antonika)

Cientistas modernos estão pesquisando o bioeletromagnetismo para validar este antigo conhecimento.

O corpo humano usa eletricidade; por exemplo, nossos sentidos usam correntes elétricas para enviar informações ao cérebro. Quando uma carga elétrica está em movimento, ela cria um campo magnético. Então, “bioeletromagnetismo” refere-se ao campo eletromagnético criado por correntes que se deslocam através de nossos corpos. Talvez este seja o chi, dizem alguns cientistas e praticantes de chi.

Eric Leskowitz, M.D., escreveu num artigo publicado na revista Subtle Energies & Energy Medicine: “Os pontos de acupuntura podem ser mapeados com um galvanômetro simples: os pontos de baixa resistência elétrica na pele correspondem aos importantes pontos de acupuntura.”

A acupuntura opera baseada no princípio de que o fluxo de energia pode estar bloqueado ao longo de um determinado canal/meridiano ou pode haver excesso de energia num canal. As agulhas de acupuntura atuam como condutores para redirecionar o chi.

Christopher Dow, praticante de chi e autor do livro “The Wellspring: Inquiry into the Nature of Chi“, admite a hipótese de que o bioeletromagnetismo que envolve os canais nervosos é chi.

“O chi em si mesmo não flui pelo nervo … mas circunda o fluxo elétrico como um campo intangível que pode ser manipulado até certo ponto”, disse ele.

Dow absorveu muito do que a ciência tem a oferecer em relação ao fluxo de energia eletromagnética no corpo. Ele notou algumas semelhanças fundamentais entre o funcionamento do sistema nervoso e muito do que existe e tem sido ensinado há bastante tempo sobre os canais de chi. Por exemplo, um lugar importante para o chi no corpo é o “tantien” ou “dantian”. Isso corresponde ao plexo entérico, que é um poderoso centro nervoso localizado na área abdominal inferior.

A ciência e as práticas tradicionais estão à procura da verdade, mas de diferentes maneiras.

Uma imagem ilustrando o conceito de yin e yang, uma antiga filosofia sobre energias interdependentes e complementares. (Comfreak)
Uma imagem ilustrando o conceito de yin e yang, uma antiga filosofia sobre energias interdependentes e complementares. (Comfreak)

“A ciência e as tradições esotéricas estão à procura da verdade … elas apenas tem abordagens diferentes”, disse Dow. “As tradições esotéricas não são de qualquer maneira.” Como a ciência moderna, elas incluem técnicas precisas e que são transmitidas de professor para aluno, disse ele.

“Uma das diferenças é que a ciência quer afirmar ‘isto é assim’ e mostrá-lo definitivamente a todos nós. Enquanto as tradições esotéricas tendem a ser insulares”, afirmou ele. “Você pode demostrar para si mesmo, e você pode ajudar indivíduos a fazerem esta descoberta, mas você não pode publicar um documento e fazer todos aceitarem, porque, com as tradições esotéricas, é algo que você encontra dentro de você.”

Como praticante de chi, ele sentiu essa energia fortemente em seu corpo e assim sabe que ela existe. Foi isso que o motivou a pesquisar o que a ciência tinha a dizer a respeito.

Ele não tem certeza de que a ciência ocidental possa provar a existência do chi com absoluta certeza. “Pode ser que o corpo humano seja o único instrumento capaz de medir isso”, disse ele. No entanto, alguns cientistas pioneiros têm tentado.

O bioquímico Dr. John Norman Hansen, da Universidade de Maryland, descobriu que o corpo humano tem uma força bioenergética ao seu redor que pode colocar em movimento um pêndulo sensível, chamado pêndulo de torção.

“Depois de realizar experimentos de controle para descartar os efeitos das correntes de ar e outros artefatos, conclui-se que os efeitos são exercidos por algum tipo de campo de força que é gerado pela pessoa sentada sob o pêndulo”, explicou ele no seu estudo de 2013, intitulado “Uso do movimento de um pêndulo de torção para detectar e caracterizar o que pode ser um campo de bioenergia humana”.

Ele observou que nada na ciência dominante atualmente explica o movimento do pêndulo. A compreensão tradicional do chi é que ele não só percorre os canais dentro do corpo, mas também forma um campo ao redor do corpo.

As leituras de eletrocardiograma sugerem que o coração emite energia que afeta os outros.

(InspiredImages)
(InspiredImages)

Uma equipe de pesquisadores, incluindo o professor emérito Dr. William Tiller da Universidade de Stanford e o Dr. Rollin McCraty do Instituto HeartMath relataram que o campo eletromagnético do coração pode “tornar-se mais coerente à medida que o indivíduo se desloca para um estado sinceramente carinhoso ou amoroso”. Eles mediram este campo usando um eletrocardiograma, um teste que monitora a atividade elétrica do coração.

Além disso, esses pesquisadores mostraram que o campo eletromagnético do coração de uma pessoa afeta a energia no corpo de outra pessoa quando eles tocam ou estão próximos dos outros.

Mais uma vez, isso se alinha com os entendimentos tradicionais sobre o chi, que sustentam que o estado da mente pode afetar o chi e o chi de alguém podem afetar os outros.

O fenômeno do membro fantasma levanta a questão, existe um corpo de energia intangível que existe independentemente do corpo físico?

É comum que as pessoas que perderam um membro ainda sintam esse membro e até experimentem dor intensa nele.

O Dr. Eric Leskowitz, um psiquiatra do Programa de Gerenciamento da Dor no Hospital Spaulding de Reabilitação em Boston e um especialista em energia sutil, teoriza que os membros fantasmas podem ser formas energéticas que perduram.

Em seu artigo intitulado “Dor do membro fantasma: perspectivas da energia sutil“, ele cita evidências anedóticas obtidas por meio da fotografia de Kirlian. Este método mostra uma luz colorida em torno das pessoas fotografadas, e muitas vezes esse efeito é descrito como “aura”.

Embora alguns sejam céticos quanto à explicação da “aura”, dizendo que esse efeito luminoso é devido ao calor ou a umidade, Leskowitz escreveu: “Pelo menos um estudo recente bem controlado mostrou que as terapias energéticas sem contato, … quando direcionadas para uma folha isolada, podem ampliar sua corona Kirlian. Portanto, mesmo que a corona seja um artefato [de calor ou umidade] em vez de um evento de energia sutil, pode-se reproduzir que ela é influenciável à distância; um processo ou campo não localizado deve ser invocado para explicar esse resultado experimental.”

Ele observou que o controverso fenômeno da “folha fantasma” poderia ter implicações para os membros fantasmas. Uma folha rasgada em fotografias de Kirlian às vezes é vista apresentando um padrão energético que não foi afetado pela amputação, tudo parece completo.

Uma folha fotografada usando-se a técnica de Kirlian. (Thomas Wedekind)
Uma folha fotografada usando-se a técnica de Kirlian. (Thomas Wedekind)

“Aparentemente, a rede energética que suporta a ponta da folha ainda existe mesmo após sua contrapartida física ter sido removida”, escreveu Leskowitz.

Em 2015, John Hubacher da Pantheon Research Inc. publicou um estudo no Journal of Alternative and Complementary Medicine replicando o fenômeno da folha fantasma. Ele escreveu: “Uma ‘estrutura’ fantasma normalmente não detectada, possivelmente evidência do campo biológico, pode persistir na área de uma seção de folha amputada, e a descarga da corona pode ocorrer a partir dessa estrutura invisível.”

Alguns cientistas dizem que o corpo possui um sistema ultramicroscópico de canais correspondente aos canais de chi.

Nos últimos anos, mais pesquisas foram realizadas sobre um teorizado “sistema primo-vascular”. Esta é uma rede de canais no corpo que são tão microscópicos que são praticamente invisíveis.

“Mesmo com o nosso microscópio, você não pode ver os vasos até que sejam tocados porque são transparentes, mas eles assumem a cor amarelada quando são tocados. A largura do nódulo é de apenas um milímetro e a estrutura fina do nódulo só pode ser vista usando-se microscopia de luz de alta resolução”, disse Vitaly Vodyanoy da Universidade Auburn num comunicado de imprensa. Vodyanoy é professor de anatomia e fisiologia no Colégio de Medicina Veterinária e estudou esta estrutura em ratos.

“Estamos avançando as fronteiras do que é aceito ou reconhecido pela anatomia e fisiologia”, disse Vodyanoy. “Muitas pessoas não têm trabalhado com o sistema primo-vascular porque ele contraria os conceitos científicos atuais.”

Uma equipe internacional de pesquisadores, incluindo alguns na Universidade Nacional de Seul, escreveu sobre o sistema primo-vascular: “Alguns cientistas podem dizer que é uma ilusão; outros dizem que é um sistema anatômico ‘novo’, enquanto outros ainda estão convencidos de que esses canais infinitesimais podem atuar como cabos de fibra óptica e transmitir informação relacionada com o DNA continuamente por todo o corpo usando biofótons.”

“Como comparação, não podemos ver os milhões de transistores num computador [ou unidade central de processamento], mas eles fazem parte de um sistema artificial que usamos todos os dias. Da mesma forma, muitos sistemas biológicos são realmente muito minúsculos. Precisamos de microscópios eletrônicos para visualizar algumas de suas estruturas; caso contrário, não saberíamos que elas existem.”

Esses pesquisadores exploram evidências de que o sistema primo-vascular corresponde aos meridianos da acupuntura.

O misticismo encontrar-se com a medicina, quando o chi parece ter efeitos positivos na saúde.

Há muito tempo pensa-se que o chi tem uma forte conexão com a saúde do corpo humano. Estudos sobre a prática do chi, conhecido como qigong, relatam resultados positivos para a saúde em áreas como depressão, gerenciamento da dor, asma, câncer e pressão arterial, de acordo com um resumo do Instituto de Ciências Noéticas.

Estudos sobre meditação, que estimulariam o chi, mostraram que os praticantes podem emitir ondas de gama e ondas infrassônicas acima dos níveis normais.

À medida que a ciência continua a estudar a energia do corpo, seu fluxo e efeitos, isso pode confirmar o que as sociedades antigas admitiam como verdadeiro: o corpo possui canais de energia e um campo que influencia a saúde de uma pessoa e afeta o mundo que as rodeia.

(Activedia)
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