Uma equipe internacional de astrônomos, liderada por pesquisadores alemães, conseguiram registrar pela primeira vez a destruição de uma estrela por um buraco negro.
Esse fenômeno, chamado de “evento de ruptura de maré” (TDE, na sigla em inglês), ocorre quando a atração gravitacional de um buraco negro é tão intensa que desintegra uma estrela que se aproxima demais.
Os cientistas do Instituto Max Planck de Física Extraterrestre capturaram o evento usando o telescópio espacial TESS da NASA, juntamente com outros instrumentos terrestres, em 2019.
Eles observaram como a estrela foi esticada e destruída, com uma parte de sua matéria sendo engolida pelo buraco negro e outra parte sendo lançada para o espaço na forma de um jato de radiação altamente energética.
A captura inédita não só enriquece o conhecimento sobre o comportamento dos buracos negros, mas também contribui para o entendimento das condições extremas no universo e a forma como os buracos negros influenciam a matéria ao seu redor.
Essa observação oferece uma nova perspectiva sobre a interação entre buracos negros e estrelas, revelando detalhes sobre as forças extremas que atuam em torno desses objetos cósmicos.
Astrônomos investigam por que alguns buracos negros têm “batimento cardíaco”
Cientistas estão intrigados com um fenômeno raro observado em poucos buracos negros: uma pulsação rítmica que lembra batimentos cardíacos.
Embora buracos negros sejam apenas concentrações de intensa gravidade e não organismos vivos, esse comportamento foi detectado em apenas dois das centenas de buracos negros conhecidos.
Esses buracos negros pulsantes compartilham uma característica importante: ambos pertencem a sistemas binários, onde sugam gás de uma estrela vizinha. À medida que o material estelar é atraído para o buraco negro, ele se comprime e aquece, emitindo grandes quantidades de raios X.
Quando o buraco negro absorve uma quantidade excessiva de gás de uma só vez, uma explosão de raios X pode ocorrer, resultando no ritmo regular, semelhante ao de um batimento cardíaco.
Pesquisadores do Laboratório de Partículas Astrofísicas da Academia Chinesa de Ciências, em Pequim, realizaram um estudo sobre esse fenômeno no buraco negro IGR J17091-3624, localizado a 28 mil anos-luz da Terra.
O estudo, divulgado na plataforma arXiv e submetido ao The Astrophysical Journal, sugere que o batimento é causado por interações e instabilidades no disco de matéria que orbita o buraco negro.
Conforme o material estelar forma um disco em torno do buraco negro, ele gira em altíssima velocidade.
Se esse disco se fragmenta e envia grandes quantidades de matéria de uma só vez para o buraco negro, ocorre uma liberação de radiação intensa, criando os pulsos regulares.
Esse ciclo se repete, resultando no “batimento cardíaco” observado.