Divulgado na segunda-feira (28) em uma reportagem do jornal Washington Post, um estudo alerta que a crescente demanda por inteligência artificial (IA), no Vale do Silício, pode levar a um agigantamento de lixo eletrônico.
De acordo com a pesquisa realizada pela Academia Chinesa de Ciências (CAS) e pela Universidade Reichman, em Israel, o boom na construção de data centers e na aquisição de chips avançados pode gerar até 2,5 milhões de toneladas adicionais de resíduos eletrônicos anualmente, até 2030.
A pesquisa revela que, se a tendência continuar, a quantidade de lixo eletrônico gerada poderá ser equivalente a descartar 13 bilhões de iPhones todos os anos.
Os cálculos consideraram a vida útil de servidores equipados com chips Nvidia H100, que seriam substituídos a cada três anos, segundo o estudo. Com isso, a geração de resíduos pode aumentar entre 3% e 12% mundialmente, exacerbando o problema que já é considerado grave.
O estudo destaca a necessidade de reconhecer não apenas o consumo de energia associado à tecnologia de IA, mas também os custos ambientais relacionados ao hardware, já que a maioria dos dispositivos descartados não são reciclados.
Muitas vezes, esses resíduos são enviados para países em desenvolvimento, onde o descarte inadequado expõe trabalhadores a substâncias tóxicas.
Além disso, a demanda crescente por data centers vem pressionando as redes elétricas dos EUA, contribuindo para um aumento nas emissões de carbono por grandes empresas como Google e Microsoft.
As críticas ambientais à tecnologia são frequentes, mas pouco se falou sobre o impacto do lixo eletrônico gerado pela explosão da IA.
Sasha Luccioni, pesquisadora de IA, enfatiza a importância de considerar todo o ciclo de impacto ambiental. Ela critica a mentalidade predominante de “maior é melhor”, que leva à substituição de equipamentos que ainda estão em bom funcionamento.
Investidores continuam a questionar a rentabilidade da IA, mas grandes empresas de tecnologia permanecem firmes em aplicar recursos para o aumento das próprias infraestruturas.