Descoberto planeta que pode abrigar humanidade a 11 anos-luz da Terra

17/11/2017 17:25 Atualizado: 13/03/2018 08:33

A busca de uma nova Terra habitável está dando novos frutos. Os astrônomos que trabalham com o instrumento especializado do Observatório Europeu do Sul (ESO) podem ter encontrado uma provável nova Terra localizada a apenas 11 anos-luz de distância, e que está se aproximando do nosso Sistema Solar.

Isso significa que uma espaçonave que no futuro seja capaz de transportar passageiros à velocidade da luz, levará talvez uma década para chegar.

“O novo mundo possui a designação de Ross 128b, e agora é o segundo planeta de clima ameno mais próximo a ser detectado após o exoplaneta Proxima b”, anunciou a equipe do ESO em 15 de novembro, e há possibilidade de que seja habitável.

Exoplaneta Ross 128b diante de sua estrela na constelação de Virgem (ESO)
Exoplaneta Ross 128b diante de sua estrela na constelação de Virgem (ESO)

O planeta Ross 128b é também o planeta mais próximo descoberto na órbita de uma estrela anã vermelha inativa. Esse fato “aumenta a probabilidade de que o planeta pode potencialmente sustentar a vida”.

Calcula-se que seja um planeta como a Terra, com um clima temperado, que mantém uma temperatura média semelhante à do nosso planeta, embora ainda não se possa afirmar com certeza de que é habitável.

Os instrumentos do Observatório La Silla no Chile revelaram que Ross 128b orbita 20 vezes mais próximo da Terra em relação ao Sol mas, apesar disso, recebe apenas 1,38 vezes mais radiação do que a Terra, o que significa que ele apresenta uma variação de temperatura entre -60 e 20 graus Celsius.

Isso ocorre porque sua estrela é fria e fraca, com “pouco mais da metade da temperatura da superfície do Sol”.

Embora os cientistas envolvidos nesta descoberta considerem que Ross 128b seja um planeta de clima temperado, a incerteza permanece quanto a se o planeta está dentro, fora ou no ápice da zona habitável, onde a água líquida pode existir na superfície de um planeta”, explicou ESO.

Sua estrela, Ross 128, está localizada na constelação de Virgem, e é considerada “a estrela próxima mais tranquila para abrigar um exoplaneta temperado”.

Sua análise revelou que ele está se movendo em nossa direção e é esperado que em aproximadamente 79 mil anos, “um piscar de olhos em termos cósmicos, Ross 128b roubará a coroa de Proxima Centauri e se tornará o exoplaneta mais próximo da Terra!”, salientou a equipe do ESO.

Constelação de Virgem (ESO)
Constelação de Virgem (ESO)

As anãs vermelhas são descritas pela equipe do ESO como estrelas “frescas, fracas e comuns”, dentro da grande gama de estrelas do universo. Elas são as favoritas nos estudos que buscam uma nova Terra para a nossa comunidade.

Estrela Ross 128 na constelação de Virgem (ESO)
Estrela Ross 128 na constelação de Virgem (ESO)

A outra estrela em que um planeta habitável foi encontrado é Proxima Centauri, no entanto, os astrônomos descobriram que, ocasionalmente, ela envia para seus planetas fortes labaredas que significam altas cargas radioativas de raios ultravioleta e raios X de características letais.

Cinturão de pó recentemente descoberto em torno da estrela mais próxima do Sistema Solar, Proxima Centauri. A pesquisa promete muito mais para as futuras explorações (M. Kornmesser/ESO)
Cinturão de pó recentemente descoberto em torno da estrela mais próxima do Sistema Solar, Proxima Centauri. A pesquisa promete muito mais para as futuras explorações (M. Kornmesser/ESO)

A descoberta do exoplaneta Ross 128b foi feita com o uso do buscador de planetas de velocidade radial de alta precisão do ESO (HARPS) no Observatório La Silla no Chile.

Centro da Via Láctea visto a partir do Observatório La Silla, no Chile (S. Brunier/ESO)
Centro da Via Láctea visto a partir do Observatório La Silla, no Chile (S. Brunier/ESO)

Os astrônomos destacam que essa descoberta é resultado de mais de uma década de monitoramento intensivo de HARPS, juntamente com técnicas de análise e redução de dados de última geração.

“Somente o HARPS mostrou tal precisão e ainda é o melhor caçador de planetas deste tipo, 15 anos depois de começar a operar”, explicou Nicola Astudillo-Defru, do Observatório de Genebra, na Suíça, que é co-autor do relatório da descoberta.

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