Descobertas do Telescópio James Webb desafiam teorias sobre formação de planetas e galáxias

Observações revelam discos planetários duradouros, galáxias massivas no início do universo e um planeta que sobreviveu à expansão de sua estrela.

Por Redação Epoch Times Brasil
18/12/2024 15:04 Atualizado: 18/12/2024 15:04

O Telescópio Espacial James Webb, da NASA, tem revolucionado a compreensão do universo. Novas observações feitas pelo equipamento revelaram descobertas que desafiam teorias consolidadas sobre a formação de planetas e galáxias.

O Webb observou o aglomerado estelar NGC 346, localizado na Pequena Nuvem de Magalhães, uma galáxia anã próxima à Via Láctea. Os dados revelaram algo inesperado.

Estrelas com 20 a 30 milhões de anos ainda possuem discos de matéria ao seu redor. Esses discos são fundamentais para a formação de planetas.

A teoria tradicional sugeria que discos de matéria, especialmente em estrelas formadas por elementos leves como hidrogênio e hélio, desapareceriam após 2 a 3 milhões de anos. Assim, planetas gigantes não deveriam ter tempo suficiente para se formar.

Essa descoberta muda tudo. Os cientistas agora sabem que discos podem durar mais tempo, dando mais oportunidade para a criação de planetas massivos.

Galáxias massivas no início do universo

Além dos discos planetários, o Webb encontrou seis galáxias extremamente massivas que não deveriam existir. Elas surgiram entre 500 e 700 milhões de anos após o Big Bang.

Essas galáxias possuem massa semelhante à Via Láctea, contendo bilhões de estrelas. A teoria atual afirma que não haveria tempo nem matéria suficientes para galáxias tão grandes se formarem tão cedo.

Os astrônomos descreveram as galáxias como pontos vermelhos e brilhantes, sinais de que são extremamente antigas e distantes. A rápida formação dessas estruturas desafia completamente o modelo cosmológico vigente.

Se confirmadas, essas galáxias forçam os cientistas a repensar os processos que governam a formação do universo primitivo.

Um planeta que desafiou uma estrela gigante

Outra descoberta extraordinária envolve o planeta Halla (8 UMi b), um “Júpiter quente” localizado a 520 anos-luz da Terra. O planeta orbita a estrela gigante Baekdu, na constelação da Ursa Menor.

A estrela Baekdu já passou por um período de expansão, típico de uma gigante vermelha. Durante esse processo, ela deveria ter engolido e destruído Halla.

No entanto, o planeta sobreviveu. A descoberta foi uma surpresa completa para os cientistas.

Uma das explicações é que Baekdu fazia parte de um sistema binário. A fusão das duas estrelas teria impedido a expansão total. Outra hipótese é que Halla seja um planeta de segunda geração, formado após uma colisão estelar.

O desafio para a ciência

As descobertas do James Webb estão redefinindo os limites do conhecimento humano. Discos planetários duradouros, galáxias antigas e planetas sobreviventes mostram um universo muito mais complexo do que imaginávamos.

Cada nova observação traz desafios às teorias existentes. Modelos sobre formação planetária, evolução estelar e desenvolvimento de galáxias precisarão ser repensados.

O telescópio James Webb continua surpreendendo. A ciência entra em uma nova era, onde respostas levam a perguntas ainda maiores sobre as origens do cosmos.