Descobertas arqueológicas no México mostram câmaras subterrâneas e uma nova cidade maia

Estudo realizado por pesquisadores da Europa e México mostram que civilização maia estendeu-se mais do que se imaginava anteriormente.

Por Redação Epoch Times Brasil
22/07/2024 14:41 Atualizado: 22/07/2024 14:41

Um estudo publicado Instituto Nacional de Antropología e Historia do México (INAH), liderado pelo arqueólogo Ivan Šprajc e sua equipe, buscou por áreas inexploradas do centro de Campeche e revelou não apenas assentamentos modestos, mas também uma misteriosa estrutura subterrânea relacionado ao Império Maia.

Entre abril e maio de 2024, Šprajc e sua equipe, composta por especialistas como Octavio Esparza Olguín, Atasta Flores Esquivel, Quintín Hernández Gómez, Vitan Vujanović e o geodesta Aleš Marsetič, conduziram uma exploração intensiva em uma área de 140 quilômetros quadrados na Reserva da Biosfera Balam Kú. Esta região, caracterizada por humedales (zonas úmidas) e terrenos rochosos, foi cuidadosamente selecionada para entender melhor a variabilidade da cultura maia.

Estruturas descobertas

Uma das descobertas mais intrigantes desta temporada foi a identificação de uma estrutura subterrânea localizada no setor oriental de um sítio próximo a um campo de jogo de bola. Esta subestrutura, recoberta com estuque e restos de pintura, é datada do período Clássico Temprano (200-600 d.C.). A descoberta desta estrutura não apenas adiciona uma nova camada ao entendimento da arquitetura maia, mas também mostra a existência de práticas cerimoniais complexas e organização sociopolítica na região.

Além da estrutura subterrânea, a equipe identificou vários assentamentos de dimensões modestas. Estas áreas são marcadas pela ausência de grandes edifícios e decorações arquitetônicas elaboradas. Os monumentos encontrados são pequenos e sem gravações, indicando uma ocupação menos densa e sofisticada em comparação com outras regiões maias, como o Petén.

Šprajc aponta que a falta de terraços de cultivo e canais nos baixos (zonas úmidas) contribuiu para a menor densidade de ocupação. Os materiais cerâmicos coletados sugerem que a maior ocupação ocorreu durante os períodos Clássico Tardio e Terminal (600-1000 d.C.), possivelmente como resultado de migrações de regiões vizinhas mais populosas e férteis.

Ocomtún: uma nova cidade maia

Outra descoberta notável, publicada em junho de 2023, é a cidade de Ocomtún, que significa “coluna de pedra”. Localizada na mesma região, Ocomtún apresenta uma arquitetura monumental com pirâmides de até 15 metros de altura, praças e um campo de jogo de bola. Este sítio arqueológico, que floresceu entre 600 e 800 d.C., fornece evidências de uma organização social e política avançada.

A cidade de Ocomtún também revelou monumentos com inscrições hieroglíficas, oferecendo novos dados sobre a escrita e as práticas culturais dos maias. A presença de grandes estruturas e monumentos indica que esta área tinha uma significância sociopolítica considerável durante o seu auge.

A equipe de Šprajc planeja continuar as investigações na região, utilizando tecnologias avançadas como o escaneamento a laser aerotransportado para mapear áreas inexploradas. Estas tecnologias permitem a identificação de estruturas ocultas pela densa vegetação.