Crânio de 260 mil anos encontrado na China pode reescrever história da evolução

21/11/2017 21:59 Atualizado: 13/03/2018 08:32

Nova pesquisa sobre um crânio de 260 mil anos encontrado na China em 1978 confirma que ele é surpreendentemente semelhante a nossa espécie, o Homo sapiens. Isso poderia derrubar a teoria ​​da origem humana a partir da África.

Tem sido comum considerar que o Homo sapiens evoluiu na África há cerca de 200 mil anos e deixou a África para povoar o mundo há cerca de 120 mil anos.

Esta linha do tempo já foi abalada no meio deste ano, quando cientistas anunciaram que fósseis de Homo sapiens de 300 a 350 mil anos atrás foram encontrados num sítio arqueológico em Jebel Irhoud, no Marrocos. Empurrar para trás a linha do tempo do Homo sapiens em mais de 100 mil anos não é um pequeno ajuste.

Agora, esse crânio de Dali sugere que o Homo sapiens existiu na China há 260 mil anos. Isso é cerca de 9,65 mil quilômetros de distância do Marrocos.

Xinzhi Wu, da Academia Chinesa de Ciências em Pequim, chamou a atenção sobre o crânio de Dali pouco depois de ter sido encontrado em Dali, na província de Shaanxi. Ele notou muitas semelhanças entre o crânio e os humanos modernos, mas ele foi grandemente ignorado porque a linha do tempo não coincidia com o que era geralmente entendido.

Então, Xinzhi Wu juntou-se a Sheela Athreya, da Universidade Texas A&M, para realizar a análise recente, que foi publicada em 25 de outubro no periódico American Journal of Physical Anthropology. Com base no novo entendimento dos achados do Marrocos, Wu e Athreya confirmaram que o crânio de Dali registra a presença de Homo sapiens na China há 260 mil anos.

Eles propõem que o Homo sapiens não evoluiu na África e depois migrou para o resto do mundo. Em vez disso, as populações na China teriam evoluído de certa forma independentemente e também se misturaram com as do Ocidente.

É uma visão mais dinâmica da origem humana que também sugere uma presença mais dispersa dos seres humanos essencialmente modernos em todo o mundo, muito antes do que a cronologia evolucionista comum aceita.

Os autores do estudo escreveram: “Embora um espécime por si só não possa ser a base para conclusões amplas sobre a evolução humana, [o crânio de] Dali está numa posição única para fornecer informações críticas sobre a história evolutiva do Homo no Leste Asiático, considerando sua integridade e proveniência bem datadas.”