Conheça R Aquarii — estrela “maluca” que lança jatos espaciais como se fossem erupções vulcânicas

Por Redação Epoch Times Brasil
17/10/2024 22:28 Atualizado: 17/10/2024 22:30

Lançado pela agência espacial americana NASA, o telescópio espacial Hubble proporcionou uma visão deslumbrante de uma estrela entre as mais turbulentas da nossa galáxia: R Aquarii, localizada a cerca de 700 anos-luz da Terra, na constelação de Aquário.

Este sistema estelar binário, composto por uma gigante vermelha e uma anã branca, apresenta erupções violentas que ejetam filamentos de gás brilhante, assemelhando-se a um vulcão em erupção.

R Aquarii é um exemplo de como os elementos químicos são distribuídos pelo cosmos, originando-se no interior das estrelas — a maioria das substâncias que compõem o Universo não surgiu no Big Bang, mas sim nas explosões e colisões estelares.

A gigante vermelha, uma estrela variável da classe Mira, é 400 vezes maior que o Sol, e varia seu brilho em até 750 vezes ao longo de aproximadamente 390 dias. Durante os picos de atividade, sua luminosidade chega a ser quase 5.000 vezes mais intensa que a do Sol.

A interação entre as duas estrelas do sistema é fascinante: quando a anã branca se aproxima da gigante vermelha durante seu ciclo orbital de 44 anos, a gravidade da anã branca atrai o gás hidrogênio da estrela maior. 

Esse material se acumula na superfície da anã até que a pressão resulte numa fusão nuclear, fazendo a estrela “explodir” como uma enorme bomba de hidrogênio.

Esse estouro gera filamentos de plasma que são lançados ao espaço em padrão espiral, movendo-se a impressionantes 1,6 km por hora — velocidade suficiente para viajar da Terra até a Lua em apenas 15 minutos.

Desde sua primeira observação em 1990, o Hubble acompanhou R Aquarii com imagens que abrangem o período de 2014 a 2023.

As análises mostraram a rápida evolução do sistema binário, bem como da sua nebulosa circundante. Os dados também revelaram que a estrela binária oscila em brilho devido às pulsações da gigante vermelha, criando um espetáculo astronômico inigualável.

O alcance das erupções é monumental, com o material lançado podendo ser rastreado a uma distância de até 400 bilhões de km — equivalente a 24 vezes o diâmetro do nosso Sistema Solar.