Cientistas usam esquilos para recuperação de espaço devastado por erupção vulcânica nos EUA

Por Redação Epoch Times Brasil
13/11/2024 15:07 Atualizado: 13/11/2024 15:07

Quarenta anos após uma das erupções mais devastadoras da história recente, cientistas descobriram que um experimento realizado com esquilos ajudou a restaurar uma região desolada pela lava do Monte Santa Helena, no estado de Washington, nos Estados Unidos.

Publicado na revista Frontiers in Microbiomes, o estudo revela como os pequenos roedores desempenharam papel crucial ao recuperarem a natureza da região.

Isso aconteceu com outros agentes biológicos invisíveis, a exemplo dos fungos micorrízicos — que penetram nas células das raízes de plantas, formando uma relação com elas.

Crescimento de novas plantas

Em 1980, a erupção do Monte Santa Helena destruiu uma vasta área ao redor do vulcão. O acontecimento deixou a paisagem coberta por espessa camada de pedra-pomes e dizimou toda a vida vegetal e animal.

Três anos depois, os pesquisadores Michael Allen e James McMahon observaram que poucas plantas haviam brotado na região, apesar da presença de sementes trazidas por pássaros.

A solução que encontraram foi ousada: espalhar esquilos pela área. Esses animais são conhecidos por seu comportamento de escavar o solo e enterrar sementes, o que ajudaria na revitalização do terreno infértil.

Frequentemente vistos como pragas, os esquilos poderiam, na verdade, ajudar a mover a terra mais velha para a superfície, facilitando o crescimento de novas plantas, segundo Allen.

E foi o que aconteceu: após um único dia de liberação dos roedores, a terra começou a se reviver. Em seis anos, a área devastada apresentava mais de 40 mil novas plantas.

Papel dos fungos nas raízes 

No entanto, os esquilos não foram os únicos responsáveis pelo sucesso da recuperação. O estudo revelou que organismos microscópicos, como os fungos micorrízicos, desempenharam papel igualmente importante.

Esses fungos formam uma simbiose com as raízes das plantas, ajudando-as a absorver nutrientes e água, essenciais para seu crescimento, especialmente em solos desafiadores.

De acordo com Allen, os fungos micorrízicos desempenham uma função decisiva em ambientes extremos, proporcionando o que as plantas precisam para se estabelecer e prosperar.

Além disso, a pesquisa apontou que a floresta próxima ao vulcão, afetada pelas cinzas, também se recuperou rapidamente devido ao auxílio dos fungos presentes nas raízes das plantas.

Esses fungos utilizaram as folhas caídas das árvores como fonte de nutrientes, permitindo que a vegetação se restabelecesse mais rapidamente.

O estudo destaca a importância de reconhecer a interdependência entre diferentes agentes biológicos, visíveis e invisíveis, para a recuperação da natureza afetada por desastres naturais.

Para a coautora do estudo, Mia Maltz, há muito o que aprender sobre como as interações naturais podem ser usadas para restaurar a vida em ambientes devastados.