Cientistas revelam impacto duplo de asteroides que extinguiu dinossauros

Por Redação Epoch Times Brasil
04/10/2024 22:56 Atualizado: 04/10/2024 22:56

Um novo estudo revela que o asteroide responsável pela extinção dos dinossauros, que atingiu a Terra há 66 milhões de anos, não estava sozinho. Pesquisadores da escocesa Universidade Heriot-Watt, liderados pelo cientista Uisdean Nicholson, descobriram que um segundo asteroide, menor, colidiu com o mar próximo à costa da África Ocidental.

O resultado foi a formação de uma cratera que teria provocado um tsunami devastador de até 800 metros de altura. Chamado Nadir, o enorme buraco foi identificado pela primeira vez em 2022, mas a equipe de Nicholson precisava de mais evidências para confirmar sua origem.

Agora, eles têm certeza de que a depressão de 9 quilômetros foi criada por um impacto ocorrido durante o mesmo período no qual o famoso asteroide que criou a cratera Chicxulub, no México, causou a extinção em massa.

Embora os cientistas ainda não consigam determinar com precisão a data de impacto do asteroide menor, eles acreditam que também foi no período Cretáceo — entre 145 e 66 milhões de anos atrás. Ao entrar na atmosfera terrestre, esse asteroide teria gerado uma bola de fogo gigantesca, suficiente para incinerar vegetações a centenas de quilômetros de distância.

“Imagine que o asteroide estava atingindo Glasgow e você está em Edimburgo, a cerca de 50 km de distância. A bola de fogo teria cerca de 24 vezes o tamanho do Sol no céu — o suficiente para incendiar árvores e plantas em Edimburgo”, comenta Nicholson.

Após a colisão, uma onda de ar intensa e um tremor sísmico de magnitude 7 teriam se seguido, exacerbando ainda mais a destruição. 

O impacto teria gerado enormes quantidades de água, que resultaram num efeito cascata devastador. Este fenômeno catastrófico é notável, pois não é comum que asteroides de grande porte colidam com a Terra em intervalos tão próximos.

O asteroide que criou a cratera Nadir media cerca de 500 metros de largura, atingindo a Terra a uma velocidade de aproximadamente 72 mil km/h. Para referência, o evento de Tunguska, em 1908, foi o mais próximo que os humanos experimentaram, quando um asteroide de 50 metros explodiu na Sibéria.

O estudo sobre a Nadir é fundamental, pois a maioria das crateras na Terra está erodida, dificultando análises. Com ajuda de dados 3D de alta resolução, por uma empresa geofísica, a equipe conseguiu explorar detalhes no interior do buraco. É uma oportunidade rara, visto que existem apenas 20 crateras marinhas bem preservadas no mundo.

Nicholson expressou entusiasmo com as descobertas, ressaltando que essa é a primeira vez que a equipe consegue examinar uma cratera de impacto em detalhes tão profundos. Essa pesquisa oferece nova perspectiva sobre os eventos que moldaram a história da Terra e a extinção dos dinossauros.