Cientistas chineses criam metal líquido como do filme Exterminador, ele pode ser moldado e dobrado

O gálio e certas ligas, que existem no estado líquido à temperatura ambiente, possuem propriedades únicas que incluem alta condutividade, baixo ponto de fusão e alta deformabilidade

27/03/2019 21:54 Atualizado: 27/03/2019 21:54

Por Richard Szabo, Epoch Times

Cientistas chineses criaram um metal líquido capaz de se dobrar e se moldar como o robô assassino T-1000 da série de filmes de Hollywood O Exterminador do Futuro.

Os pesquisadores acreditam que estão perto de aperfeiçoar uma nova composição de metal líquido que poderá um dia ser usada na tecnologia de robótica leve.

Embora atualmente não haja robôs que possam assumir diferentes formas humanas ou de objetos, ou mesmo se espremer através de aberturas estreitas, os pesquisadores do Centro de Inovação Avançada em Engenharia Biomédica da Universidade Beihang, em Pequim, estão prestes a desenvolver novos metais líquidos que podem ser manipulados com ímãs exatamente para esse propósito.

A pesquisa, financiada em conjunto pelo Projeto 111 e a Fundação Nacional de Ciências Naturais da China, descobriu que ao adicionar partículas magnéticas, como níquel ou ferro, os metais líquidos podem ser facilmente manipulados com ímãs.

O gálio e certas ligas, que existem no estado líquido à temperatura ambiente, possuem propriedades únicas que incluem alta condutividade, baixo ponto de fusão e alta deformabilidade. Essas propriedades as tornam atraentes para uso em robôs e eletrônicos flexíveis, de acordo com a American Chemical Society (ACS).

“Devido à sua alta tensão superficial, a maioria dos metais líquidos magnéticos só pode se mover horizontalmente e deve estar completamente submersa no líquido para evitar a formação de uma pasta”, disse em um comunicado a ACS, organização sem fins lucrativos criada pelo Congresso dos Estados Unidos.

Uma equipe de pesquisa liderada por Liang Hu e Jing Liu pretendia criar um metal líquido magnético capaz de se mover e esticar horizontalmente e verticalmente.

Eles experimentaram adicionar partículas de ferro a uma gota de uma liga de gálio, índio e estanho, enquanto imersos em ácido clorídrico.

“Quando a equipe aplicou dois ímãs em direções opostas, eles conseguiram estender uma gota para até quase quatro vezes o seu comprimento em repouso”, disse a ACS. “Eles também conseguiram manipular o metal líquido para conectar dois eletrodos horizontais submersos e, em virtude de suas propriedades condutivas, acender uma lâmpada LED.”

O segredo da flexibilidade do composto, como publicado na Applied Materials & Interfaces, é uma camada de óxido de gálio na superfície da gota, que reduz a tensão superficial do metal líquido.

O metal líquido pode até esticar verticalmente e depois mover-se horizontalmente para conectar dois eletrodos, com o superior exposto ao ar e o inferior submerso em ácido clorídrico.

“Isso mostrou que o material não precisa estar totalmente submerso em líquido”, disse a ACS. “Desta forma, o metal líquido magnético se assemelha a um anfíbio que caminha de pé, dizem os pesquisadores.”

Enquanto isso, pesquisadores da Universidade de Purdue, nos Estados Unidos, também inspirados na ideia de robôs autocuráveis, como visto nos filmes, descobriram como integrar metais líquidos em tecnologias que podem ser usadas em eletrônicos de consumo e em aplicações de defesa.

Liderada pelo professor Wenzhuo Wu, a equipe de Purdue criou tecnologias que convertem energia mecânica em energia elétrica.

“Nosso trabalho representa um passo importante para a realização prática de tecnologias auto-alimentadas e fabricadas pelo homem”, disse Wu, de acordo com um comunicado de imprensa.

Os dispositivos de coleta de energia do grupo de pesquisa serão o início de um mercado de 480 milhões de dólares até 2028, informou a IDTechEx.