CIA, FBI e NSA recomendam não utilização dos telefones e equipamentos chineses Huawei e ZTE

Huawei assegurou que "não representa um risco maior de segurança cibernética do que qualquer outro fornecedor"

15/02/2018 14:12 Atualizado: 15/02/2018 15:48

Por Anastasia Gubin, Epoch Times

Funcionários das principais agências de inteligência norte-americana, incluindo a Agência Central de Inteligência (CIA), o Departamento Federal de Investigação (FBI) e a Agência de Segurança Nacional (NSA), sugeriram “não usar” telefones e dispositivos dos fabricantes chineses Huawei e da empresa de telecomunicações ZTE.

Os representantes alertaram sobre as ameaças globais desta tecnologia fabricada na China perante o Comitê de Inteligência do Senado no Capitólio, nesta terça-feira (13). Entre eles, estão o diretor do FBI, Christopher Wray, e o diretor da CIA, Mike Pompeo.

De acordo com notícia divulgada pela CNBC, em resposta a uma pergunta do Comitê, cada um dos seis respondeu que não recomendam que os consumidores privados utilizem esses produtos.

O uso desses celulares e equipamentos “proporciona a capacidade de exercer pressão ou controle sobre nossa infraestrutura de telecomunicações”, disse o diretor do FBI, Chris Wray.

“Essa tecnologia proporciona a capacidade de modificar ou roubar informação maliciosamente e oferece a capacidade de realizar espionagem não detectável”, afirmou.

Ele também observou: “Estamos profundamente preocupados com os riscos de permitir que qualquer empresa ou entidade comprometida com governos estrangeiros, que não compartilham nossos valores, adquira posições de poder em nossas redes de telecomunicações.”

Huawi (David Ramos/Getty Images)
Huawei (David Ramos/Getty Images)

O Comitê de Inteligência do Senado apresentou sua audiência anual, onde convidou os diretores da inteligência a discutir as ameaças sofridas pelos Estados Unidos e o resto do mundo.

A reunião abordou uma ampla gama de tópicos, desde o programa nuclear da Coreia do Norte até as drogas que entram nos Estados Unidos através do México, no entanto, a segurança cibernética e o uso de tecnologia na espionagem foram o foco de maior relevância.

“Existem organizações que usam a cibernética para penetrar virtualmente em todas as ações importantes que ocorrem nos Estados Unidos”, disse o diretor de inteligência nacional Dan Coats, de acordo com Digital Trends.

Coats observou que a Rússia, China, Irã e Coreia do Norte são os países que representam as maiores ameaças.

Huawei tentou entrar no mercado dos Estados Unidos primeiro através de uma parceria com a AT&T, a qual foi cancelada. No mês passado, o CEO da Huawei, Richard Yu, reclamou dos operadores norte-americanos.

“A comunidade de inteligência dos Estados Unidos há muito suspeita da Huawei, empresa fundada por um ex-engenheiro do Exército de Libertação do Povo da China e que foi descrita pelos políticos norte-americanos como” efetivamente um braço do regime chinês”, informou Digital Trends.

Esta advertência impediu a Huawei de assinar contratos com o governo em 2014, e agora a empresa tentava inserir seus produtos eletrônicos de consumo no mercado.

O porta-voz da Huawei disse em um comunicado à CNBC na terça-feira (13) que a empresa “está ciente de uma série de atividades do governo norte-americano” aparentemente destinadas a inibir os negócios da Huawei no mercado norte-americano.

Huawei assegurou que “não representa um risco maior de segurança cibernética do que qualquer outro fornecedor”.

Referindo-se à questão, o presidente do Comitê de Inteligência do Senado, senador Richard Burr, da Carolina do Norte, disse que “as empresas chinesas de telecomunicações, como Huawei e ZTE, são conhecidas por ter laços extraordinários com o regime Chinês”.

No passado, Burr também se opôs à entrada da Huawei e outras empresas chinesas de telecomunicações nos Estados Unidos. Em 2010, ele e outros senadores defenderam aqueles que não usavam infraestrutura Huawei em suas redes.

O senador democrata Mark Warner, da Virgínia, disse que “a maioria dos norte-americanos nunca ouviu falar nessas empresas”.

“Queremos garantir que eles cumpram as regras. Temos de nos assegurar que esta não seja uma nova maneira de a China ter acesso a tecnologias sensíveis”, acrescentou.

Os líderes do setor de inteligência enfatizaram que os ataques cibernéticos das empresas mencionadas existem, então aproveitaram a oportunidade para elogiar as empresas de telecomunicações dos Estados Unidos por sua resistência às empresas chinesas.

“Este é um desafio que eu acho que só aumentará, não diminuirá com o tempo para nós”, disse o almirante Michael Rogers, diretor da NSA. “Precisamos ficar atentos a empresas como essas.”