Um gigantesco “buraco” mais de cinco vezes maior do que o planeta Júpiter se abriu na atmosfera do Sol e temporariamente liberou poderosos ventos solares em direção à Terra nesta semana.
Também conhecida como “buraco coronal”, a enorme abertura no campo magnético do Sol começou a aparecer perto do equador solar em 2 de dezembro e rapidamente atingiu sua largura máxima de quase 497.000 milhas (800.000 quilômetros) em apenas alguns dias, segundo o Spaceweather.com.
A gigantesca fenda também foi capturada pela câmera do Observatório Solar Dynamics da NASA.
Buracos coronais geralmente aparecem como áreas escuras na coroa solar em imagens solares de ultravioleta extremo e raios-X suaves, de acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês). Elas são uma parte comum da atividade normal do Sol e geralmente não são motivo de preocupação.
Essas fendas coronais podem ocorrer a qualquer momento e local no Sol e acontecem quando seu campo magnético se abre, permitindo que o vento solar de alta velocidade escape rapidamente para o espaço, o que, por sua vez, pode criar tempestades geomagnéticas.
Dependendo da intensidade das tempestades geomagnéticas, elas às vezes podem causar uma perturbação significativa na magnetosfera da Terra, cujos efeitos podem perdurar por semanas e resultar em auroras moderadas a fortes que podem ser vistas no solo, desde que o céu esteja limpo.
Elas também podem interferir em satélites de comunicação e cabos de longa distância usados para o acesso à internet, além de desencadear desligamentos de rádio e falhas de energia.
Devido ao potencial de aumentar a atividade geomagnética e possíveis tempestades, os meteorologistas analisam regularmente as fendas coronais.
O vazio gigante descoberto inicialmente em 2 de dezembro estava apontado diretamente para a Terra desde 4 de dezembro, e os especialistas alertaram que provavelmente resultaria em uma tempestade geomagnética moderada (G2) que atingiria a Terra entre 4 e 5 de dezembro.
Tempestades geomagnéticas
A Escala de Tempestades Geomagnéticas da NOAA indica que uma tempestade geomagnética de classe G2 poderia acionar alarmes de voltagem em sistemas de energia de alta latitude, enquanto tempestades prolongadas poderiam causar danos a transformadores.
No entanto, o vento solar foi menos intenso do que o esperado, resultando em uma tempestade de classe G1, conforme relatado pelo Space.com.
Apesar da tempestade geomagnética menos intensa, ainda existe uma pequena possibilidade de ver displays aurorais, especialmente em latitudes mais altas.
Antes da descoberta da última fenda coronal, outra foi observada por especialistas no Sol em março.
Essa resultou na tempestade geomagnética mais poderosa a atingir a Terra em mais de seis anos, produzindo auroras visíveis até o Novo México, nos Estados Unidos, e fazendo com que a empresa de voos espaciais Rocket Lab adiasse um lançamento planejado em 90 minutos.
Embora a última fenda coronal não represente uma preocupação, é incomum vê-la dada o aumento da atividade solar.
De acordo com a NOAA, embora as fendas coronais possam ocorrer em qualquer ponto do ciclo solar, tendem a ser mais comuns durante um mínimo solar.
Não está claro quanto tempo a última fenda coronal permanecerá no Sol, embora possam durar até 27 dias, segundo a NOAA.
Sua descoberta ocorre à medida que a atividade solar está aumentando, já que o Sol se aproxima do pico explosivo em seu ciclo solar de cerca de 11 anos, conhecido como máximo solar, que deve ocorrer no início de 2024.
Os cientistas revisaram essa estimativa em outubro, depois de acreditar anteriormente que o pico começaria em 2025.