Baleia mais rara do mundo é estudada na Nova Zelândia em uma jornada científica e cultural

Por Redação Epoch Times Brasil
02/12/2024 17:55 Atualizado: 02/12/2024 17:55

Cientistas e representantes culturais na Nova Zelândia estão diante de uma oportunidade extraordinária: desvendar os mistérios da baleia-de-dentes-de-espada, a mais rara do mundo. 

Apenas sete exemplares dessa espécie foram registrados até hoje, tornando esse estudo um marco histórico para a ciência.

A chance surgiu com a descoberta de um exemplar quase intacto em uma praia do país, o que permitiu iniciar uma análise inédita e repleta de expectativas.

Um enigma das profundezas oceânicas

Pouco se sabe sobre a baleia-de-dentes-de-espada. Onde vive, o que come e até como funciona seu sistema nervoso permanecem mistérios intrigantes. 

Pesquisadores acreditam que esses animais habitem as profundezas do Oceano Pacífico Sul, mas sua natureza esquiva os torna praticamente invisíveis.

Essa é a primeira vez que um espécime dessa espécie será estudado em detalhe, e as possibilidades de descoberta empolgam os especialistas. 

“Pode haver parasitas completamente novos para a ciência que vivem apenas nesta baleia”, celebrou Anton van Helden, especialista em ciências marinhas.

 “Não consigo descrever o quão extraordinário isso é”, completou.

Tradição e ciência de mãos dadas

Mais do que um esforço científico, o estudo reflete uma parceria cultural única. Os Māori, povo indígena da Nova Zelândia, participam ativamente do processo.

Para eles, as baleias são um taonga (tesouro sagrado) e merecem o máximo respeito.

“De acordo com nossas crenças e tradições, esta baleia é um presente de Tangaroa, divindade do oceano”, disse Tumai Cassidy, do povo Te Rūnanga Ōtākou. 

Antes do início da dissecação, um ritual de oração foi realizado para honrar o animal e sua importância simbólica.

Novos horizontes para a ciência

Além de contribuir para o conhecimento da espécie, os cientistas esperam que as descobertas tragam avanços em áreas como conservação marinha e saúde humana. 

“Ao descobrir como eles vivem, esperamos encontrar descobertas que possamos aplicar de volta à condição humana”, destacou a anatomista Joy Reidenberg, da Icahn School of Medicine no Mount Sinai em Nova Iorque.