Por Marina Dalila, Epoch Times
O Instituto de Pesquisas da Universidade Murdoch, em Perth, cidade do oeste da Austrália, desenvolveu mini rins a partir de células tronco. A descoberta inédita foi divulgada nesta última quarta-feira na revista Nature. O método consistiu na reprogramação dos fibroblastos adultos, extraídos da pele, de modo a tornarem-se iPS, células-tronco pluripotentes induzidas, que agem como células-tronco embrionárias, podendo tornarem-se quaisquer células do corpo.
Os mini rins possuem centenas de néfrons e veias, assim como o órgão original. No entanto, eles não conseguem ainda desempenhar funções de um rim adulto completamente formado. Ainda assim, esta é uma descoberta que poderá trazer esperança a milhares de pessoas que hoje amargam uma longa espera na fila por um rim.
De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), o transplante renal é, de longe, o transplante mais frequentemente realizado no mundo. O Brasil possui cerca de 14 doadores de órgãos por milhão de habitantes em 2015, de acordo com o Ministério da Saúde. Segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, houve uma queda de 6,3% no número de transplantes renais este ano, com relação ao ano passado, devido ao fato de as famílias negarem-se a doar os órgãos de parentes falecidos. A fila de espera por um órgão pode chegar a mais de treze anos para alguns pacientes em busca de compatibilidade e disponibilidade.
Melissa Little, professora, pesquisadora e líder do projeto realizado no Murdoch Childrens Research Institute, disse que a meta em curto prazo é de criar réplicas de rins em desenvolvimento e utilizá-los para testar a toxicidade de medicamentos, mas que a réplica do orgão em tamanho original poderá ocorrer no futuro. “Em última instância, esperamos ser capazes de aumentar o tamanho e criar um órgão inteiro através de engenharia genética”, afirmou Melissa.
Ela ainda informou que, atualmente, é possível coletar qualquer célula de qualquer indivíduo e induzi-la ao estado de ovo fertilizado, de forma que ela seja então capaz de se transformar em qualquer tipo de tecido. Logo, através deste método, as pessoas poderiam doar as próprias células e o problema de incompatibilidade e rejeição de órgãos cessaria.
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A parte curiosa da experiência consistiu no fato de que os mini órgãos foram desenvolvidos em um prato. A cientista disse que o processo funciona como uma receita:
“Nós colocamos diferentes concentrações e tipos de fatores de crescimento em uma certa ordem em um prato. E assim que as células atingem um determinado tamanho, nós as coletamos e modelamos em formato de esfera.”
O transplante é muitas vezes o único tratamento para a falência de órgãos, como a insuficiência hepática e a cardíaca. Embora pacientes com doença renal em estágio terminal possam ser tratados através de outras terapias de substituição renal, o transplante do órgão é geralmente aceito como sendo o melhor tratamento, tanto para a qualidade de vida, quanto para a rentabilidade. Avanços como este atingidos por cientistas, podem mudar o cenário mundial dos transplantes de rins, não só salvando milhares de vidas, assim como também erradicando o mercado Mercado negro de transplante de órgãos como o que deveria ser erradicado na China, possivelmente o país com o maior mercado negro de órgãos do mundo, devido à massiva e hedionda extração forçada de órgãos de prisioneiros de consciência.