Por Epoch Times
Equipe de cientistas no Canadá detectou velozes rajadas de rádio vindas de muito longe em nossa galáxia e quer descobrir por que elas ocorrem. Apenas uma vez antes essa situação foi observada no cosmos.
O registro proveniente de milhões de anos-luz de distância pode fornecer “novas pistas sobre os breves e intrigantes pulsos de energia de rádio”, informou em 9 de janeiro uma equipe da Universidade da Colúmbia Britânica (UBC) que fez a descoberta.
Os flashes, que duram apenas um milissegundo, são expelidos com a mesma quantidade de energia que o Sol leva para produzir em 12 meses, portanto há muitas especulações sobre sua origem. Pensou-se desde a explosão de estrelas até a transmissão de mensagens de extraterrestres.
“Até agora, apenas uma rajada de rádio repetitiva (FRB) era conhecida. Sabendo que há outra, isso sugere que pode haver mais por aí”, disse um membro da Chime da UBC, Ingrid Stairs.
Chime é o Experimento Canadense de Mapas de Intensidade do Hidrogênio, um radiotelescópio projetado e construído por cientistas da Universidade da Columbia Britânica, da Universidade McGill, da Universidade de Toronto e do Instituto de Física Teórica e do Conselho Nacional de Pesquisa do Canadá.
Os pesquisadores mapearam todo o Hemisfério Norte do céu todos os dias para gravar sinais, e o FRB repetitivo foi uma das 13 novas explosões detectadas em apenas duas semanas, explicou Stairs. Agora eles localizaram de onde eles vêm.
“Saber onde eles estão permitirá aos cientistas apontar seus telescópios diretamente para eles, criando uma oportunidade para estudar esses misteriosos sinais em detalhes.”
Embora a maioria das explosões tenha sido detectada em comprimentos de onda de poucos centímetros, as três últimas foram detectadas em comprimentos de onda de quase um metro, “o que abre novas linhas de estudo”, segundo os pesquisadores.
Tom Landecker, membro do Chime do Conselho Nacional de Pesquisa, disse que as descobertas fornecem uma riqueza de informações sobre as fontes e ambientes que geram explosões rápidas de rádio.
“As fontes podem produzir ondas de rádio de baixa frequência e essas ondas de baixa frequência podem escapar de seu ambiente e não são tão dispersas para serem detectadas no momento em que chegam à Terra. Isso nos diz algo sobre ambientes e fontes. Nós não resolvemos o problema, mas agora há mais peças no quebra-cabeça”, disse Landecker.
As descobertas descritas foram publicadas em dois artigos na Nature, e foram apresentadas na quarta-feira (9) na reunião da Sociedade Americana de Astronomia em Seattle.
“Essas descobertas são apenas o começo das descobertas do CHIME”, acrescentou Stairs. “Na próxima fase, planejamos capturar o fluxo de dados de alta resolução das explosões mais brilhantes, o que nos permitirá entender melhor suas posições, características e ambientes magnéticos. Os próximos anos serão muito emocionantes”.
Os estudos publicados em 9 de janeiro de 2019 foram intitulados como “As observações de rajadas rápidas de rádio em frequências de até 400 megahertz” e “A fonte de uma segunda rajada rápida de rádio que se repete”