Cientistas descobriram um planeta orbitando uma estrela situada a apenas seis anos-luz do Sistema Solar, tornando essa estrela uma verdadeira “vizinha” galáctica em nosso vasto universo.
A descoberta foi divulgada na revista Astronomy and Astrophysics na última terça-feira (1º), revelando que o planeta, batizado de Barnard B, possui uma massa inferior à da Terra e completa sua órbita em apenas 3,15 dias terrestres, o que significa que um ano lá equivale a pouco mais de três dias na Terra.
O planeta, que tem metade do tamanho de Vênus e uma superfície extremamente quente, com temperatura de 125 °C, orbita a Estrela de Barnard. Esta estrela anã vermelha, com cerca de 10 bilhões de anos, desperta grande interesse entre astrônomos.
Seu status como a estrela anã vermelha mais próxima da Terra a torna um alvo ideal na busca por exoplanetas semelhantes ao nosso. Os pesquisadores escolheram essa estrela por ser parte do segundo sistema estelar mais próximo do Sol, após Alpha Centauri.
A descoberta foi realizada por uma equipe que, durante cinco anos, procurou planetas na zona habitável de estrelas vizinhas.
Utilizando o telescópio conhecido como Very Large Telescope (VLT), do Observatório Europeu do Sul, no Chile, os astrônomos identificaram quatro sinais planetários. Após análises detalhadas, confirmaram a presença de Barnard B.
Jonay González Hernández, pesquisador do Instituto de Astrofísica de Canárias e principal autor do estudo, destaca que, apesar de a estrela ser cerca de 2.500 graus mais fria que o Sol, o calor extremo do planeta inviabiliza a vida como conhecemos, sendo impossível a presença de água.
Os cientistas ainda encontraram indícios de mais três potenciais exoplanetas orbitando a mesma estrela, sugerindo a existência de um sistema planetário compacto em torno de Barnard.
Essa confirmação é comparável a outros sistemas planetários próximos e requer mais observações para um entendimento completo. Alejandro Suárez Mascareño, coautor do estudo, enfatiza que a descoberta de Barnard B revela que nosso “quintal cósmico” está repleto de planetas de baixa massa, abrindo novas perspectivas para a pesquisa astronômica.