Cientistas da NASA, juntamente com pesquisadores de universidades dos Estados Unidos, revelaram um estudo que revolucionou a compreensão do passado climático da Antártida.
Publicada na revista Nature Geoscience, a pesquisa indica que, em um período em que o continente se apresentava como uma vasta extensão verde, as temperaturas eram consideravelmente mais elevadas do que as conhecidas atualmente.
As conclusões foram extraídas da análise de ceras de folhas preservadas em sedimentos que datam de 15 a 20 milhões de anos.
Naquela época, as temperaturas na região atualmente coberta por gelo podiam ser até 11 graus Celsius superiores às registradas hoje. As florestas mistas, compostas por coníferas e folhas largas, predominavam na paisagem.
As transformações climáticas drásticas que a Antártida experimentou podem ser compreendidas em parte pelo fato de que as geleiras começaram a se formar há cerca de 34 milhões de anos, período em que as temperaturas ainda eram 8 graus Celsius superiores às de hoje, segundo estimativas.
Outra pesquisa realizada pela Universidade de Melbourne descobriu folhas fossilizadas datadas de 56 a 58 milhões de anos, preservadas em arenitos e siltitos finos. Esses achados complementam a narrativa de um continente outrora rico em biodiversidade.
Os pesquisadores indicam que as florestas do sul da Patagônia podem compartilhar características com as antigas florestas antárticas.
A Dra. Anne-Marie Tosolini, professora de Geografia e Ciências da Terra e Atmosféricas da Universidade de Melbourne, destaca que essas vegetações prosperavam em um ambiente polar, onde a luz solar é limitada durante o inverno.