No domingo (16), após o fim da Cúpula pela paz na Ucrânia, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, voltou a cobrar um posicionamento do Brasil e da China quanto à reunião.
Zelensky afirmou que: “Gostaríamos que a China e o Brasil aderissem aos princípios que nos unem a todos aqui hoje e ouvissem os seus pontos de vista, mesmo que não se alinhem com a maioria do mundo.”
O presidente brasileiro, Luís Inácio Lula da Silva, não compareceu à Cúpula deste final de semana que visava discutir uma resolução para o fim da guerra na Ucrânia. A ocasião contou com a presença de mais de cem países. Apesar de o presidente não comparecer, esteve presente Claudia Fonseca Buzzi, a embaixadora do Brasil na Suíça, país sede da cúpula. O Brasil também não assinou a declaração final do evento.
Lula afirmou que não iria, já que o lado russo não havia sido convidado, alegando que sem ambos os lados na reunião não seria possível chegar a uma resolução. O governo chinês, por razões semelhantes, não compareceu à cúpula, nem assinou o documento final.
Ainda no mês passado, o governo brasileiro assinou junto com a China uma proposta de negociação para a paz na Ucrânia.
Ainda sobre a China, Zelenskyy também fez o seguinte pedido: “Queremos que a China respeite a integridade territorial e a soberania do nosso Estado, tal como respeitamos a deles. Valorizamos a sua vida e as escolhas das pessoas e esperamos que a China faça o mesmo.”
O que ajuda a explicar o comentário é que há poucos dias Zelenskyy também acusou a China de tentar minar a conferência. Pequim negou a acusação. Segundo uma matéria da agência Reuters, diplomatas também afirmaram que a China estaria tentando boicotar a cúpula pela paz na Ucrânia, sugerindo aos países em desenvolvimento que a reunião só prolongaria ainda mais a guerra.
A postura da China quanto à guerra tem sido alvo de críticas. Logo antes da invasão, o gigante asiático firmou uma chamada “parceria sem limites” com a Rússia. Analistas e oficiais sugerem que Pequim tem ajudado a viabilizar o esforço de guerra de Moscou e a contornar as sanções ocidentais impostas ao país.
Na sexta-feira (14), o presidente russo prometeu um cessar fogo se uma lista de condições fosse cumprida. Entre as exigências estava a retirada das tropas ucranianas das quatro regiões anexadas por Moscou em 2022 e a renúncia dos planos de ingressar na OTAN.
Um porta-voz do governo chinês disse hoje que não se pronunciará sobre a declaração final.
Até o momento, o governo brasileiro ainda não se pronunciou oficialmente sobre as críticas de Zelensky.