O líder do Partido Comunista Chinês (PCCh), Xi Jiping, disse ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva em reunião em Pequim nesta sexta-feira (14), que as relações entre o país asiático e o Brasil “terão um papel fundamental na estabilidade e na paz mundial”.
Lula, que chegou a Pequim ontem à noite e está no segundo dia de sua visita oficial à China, foi recebido com honras por Xi no Grande Palácio do Povo antes do encontro.
Durante a reunião, que durou cerca de 50 minutos, Xi afirmou que China e Brasil “são dois dos grandes países em desenvolvimento e dois importantes mercados emergentes”.
“Nossas relações são estáveis e em constante desenvolvimento. Temos interesses comuns, e a China dará prioridade às nossas relações amistosas. Esta é uma relação que beneficia ambos, e a abertura da China trará oportunidades para todos”, declarou Xi no início do encontro.
Ele acrescentou que o país asiático busca “a criação de um novo paradigma de desenvolvimento” e mencionou a Iniciativa de Segurança Global, um projeto anunciado pelo próprio Xi em abril de 2022 e que se opõe ao uso de sanções no cenário internacional.
Por sua vez, Lula afirmou no início de seu discurso que seu governo quer trabalhar para garantir que as relações com a China “não sejam apenas de interesse comercial”.
“Queremos que vá além do comércio e que sejam profundas, forte”, disse Lula, acrescentando que espera que elas incluam outros setores, como mudança climática, uso de energia limpa, tecnologia e esforços para cumprir as metas da Agenda 2030 da ONU.
Durante a estada na China, Lula visitou ontem um centro de pesquisa e desenvolvimento da empresa chinesa de tecnologia Huawei, que há anos está no centro de uma polêmica internacional devido às sanções impostas pelos Estados Unidos, que a consideram um perigo para sua segurança nacional.
“A visita à Huawei é uma demonstração de que queremos dizer ao mundo que não somos prejudicados em nosso relacionamento com a China”, acrescentou.
Lula e Xi assinaram 14 acordos para fortalecer os laços bilaterais nas áreas de comércio, protocolos fitossanitários, tecnologia, desenvolvimento, transição energética e outras áreas no âmbito da parceria estratégica.
Entre os compromissos assinados estão o estabelecimento de transações comerciais diretas entre Brasil e China em iuane, “sem a necessidade de dolarização”, assim como a construção do sexto satélite fabricado entre os dois países, o CBERS-6, que vai monitorar a biomassa da floresta amazônica.
Antes da reunião com Xi, Lula se encontrou com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, e com o presidente do Congresso Nacional Popular, Zhao Leji, e depositou uma oferenda floral no monumento aos Heróis do Povo na Praça Tiananmen.
Na manhã desta sexta-feira, Lula também teve uma reunião com Zhang Zhigang, presidente da operadora estatal do sistema elétrico da China, State Grid, uma empresa que investiu fortemente na infraestrutura de energia do Brasil nos últimos anos.
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