Por Emmanuel Alejandro Rondón, PanAn Post
Outro episódio relatado pela revista Der Spiegel revela como um relatório de inteligência alemão aponta que o líder chinês Xi Jinping fez uma solicitação pessoal a Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS, para adiar o alerta global da ameaça que representava o vírus do PCC (Partido Comunista Chinês), mais conhecido como novo coronavírus. A OMS sustenta que as informações são falsas.
O artigo da renomada revista nasceu de uma reportagem do ‘Bundesnachrichtendienst’ (BND), que é o Serviço Federal de Inteligência da Alemanha, e afirma que, em uma reunião entre Jinping e Adhanom, o presidente pediu para adiar ou reter essas informações valiosas para o mundo.
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“Em 21 de janeiro, o líder chinês Xi Jinping pediu ao chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, que retivesse informações sobre a transmissão de homem para homem e atrasasse o aviso de uma pandemia”, diz o BND.
Após o lançamento da notícia, a OMS emitiu uma declaração chamando os dados fornecidos por Der Spiegel de “infundados e incorretos”.
“Tedros e o presidente Xi Jinping não falaram em 21 de janeiro e nunca falaram ao telefone. Tais relatórios imprecisos distraem e prejudicam os esforços da OMS e do mundo para acabar com a pandemia da COVID-19”, diz a declaração da OMS que está fortemente ligada à China no gerenciamento da pandemia.
De acordo com a agência de saúde da ONU, “a China confirmou a transmissão humano para humano do novo coronavírus em 20 de janeiro, antes da suposta conversa telefônica, e a OMS declarou publicamente em 22 de janeiro que os dados coletados sugeriam que transmissão de humano para humano estava acontecendo em Wuhan”.
Os escândalos recorrentes da OMS na gestão da pandemia
A Organização Mundial da Saúde tem sido repetidamente alvo de polêmica por suas ações contra a pandemia causada pelo vírus da COVID-19. As acusações não são em vão, já que a própria OMS constantemente cai em inconsistências, contradições e erros, que não ajudam em nada a combater a COVID-19.
Por exemplo, ao publicar no Twitter em janeiro que não havia evidências de que o vírus do PCC se espalhasse entre os seres humanos, sendo que desde dezembro havia sido denunciado oficialmente o que estava acontecendo na cidade de Wuhan:
Preliminary investigations conducted by the Chinese authorities have found no clear evidence of human-to-human transmission of the novel #coronavirus (2019-nCoV) identified in #Wuhan, #China
Outro caso relevante foi, precisamente, a recomendação da OMS para não usar máscaras e, em seguida, se contradizer e dizer sim, de fato, que elas devem ser usadas para impedir a proliferação da COVID-19.
Um dos maiores escândalos em torno da OMS e sua relação com a China foi o e-mail revelado por Taiwan, endereçado à Organização Mundial da Saúde e destinado a alertar sobre uma “nova doença que causa pneumonia atípica” em Wuhan, China.
Obviamente, o país taiwanês estava se referindo à COVID-19, que posteriormente proliferaria pelo mundo. A OMS decidiu não ouvir o aviso da ilha que, há muito tempo, tem dificuldade em ser considerada um país nas organizações do mundo devido à interferência e importância que a China tem nas Nações Unidas.
De fato, Taiwan, um dos países que melhor conseguiu controlar a disseminação da COVID-19, apesar de estar muito próxima do epicentro de contágio, implementou um modelo de ação totalmente independente, longe das recomendações da OMS. No mês passado, em 1º de abril, mal havia relatado em três meses cinco mortes e 322 casos de COVID-19, a maioria dos infectados sendo importados. Atualmente, o número de mortes aumentou para sete e os casos, para 440. O número de recuperados é de 368.
Foram a independência e a liberdade de Taiwan da China e suas burocracias no mundo que lhes permitiram tomar ações rápidas e vigorosas com base em informações vindas de cidadãos de Wuhan e de Taiwan que retornavam da China para a ilha.
Sem confinamento obrigatório, mas fechando rapidamente as fronteiras para viajantes não domésticos da China, usando máscaras, rastreamento tecnológico eficaz, mas não invasivo, Taiwan até agora conseguiu coibir a COVID-19.
Contínuos questionamentos sobre a OMS e a interferência chinesa
Indiscutivelmente, o primeiro grande impacto oficialmente recebido pela OMS foi a postura dura e as críticas do governo de Donald Trump em relação à administração da organização. A escalada da retórica crítica fez com que medidas fossem por parte dos Estados Unidos na decisão de retirar o financiamento da entidade. Algo que foi objeto de muita controvérsia e debate.Mas o único criticado não foi apenas a Organização Mundial da Saúde, a China e sua interferência nas diferentes instituições também foram fortemente questionadas. Um editorial de proporções bíblicas no Washington Post e um artigo publicado pelo New York Times denunciaram como a União Europeia, devido à pressão do Partido Comunista Chinês e ao medo de deteriorar as relações com Pequim, suavizou um relatório público denunciando a campanha de desinformação na mídia perpetrada pela China e pela Rússia em relação à COVID-19.
Até mesmo um funcionário sênior da OMS, Dr. Gauden Galea, apontou que a China está impedindo a OMS de participar da investigação, onde busca detectar a origem do vírus. Isso no contexto da pressão do governo australiano para realizar uma investigação independente na China para detectar a origem da COVID-19, e o trabalho de inteligência americano que o próprio Trump revelou em uma entrevista coletiva, há evidências de que o vírus nasceu de um laboratório, embora o consenso seja que ele não tenha sido projetado pelo homem.
Crescentes controvérsias
Denúncias realizadas por Taiwan, pouca ou nenhuma demanda da OMS sobre a China, demandas dos Estados Unidos e da Austrália, a União Europeia sendo denunciada por cumplicidade, recomendações inconsistentes e um trabalho que deixa muito a desejar, aumentam cada vez mais as controvérsias em torno da China e da OMS. A mais recente denúncia de Der Spiegel não é de forma alguma leve, uma vez que um suposto pedido da China à OMS para adiar o alarme global levou os países a perderem muitas semanas para se preparar para enfrentar a doença.
O relatório de inteligência da BND estima que isso poderia ter custado seis semanas de preparação aos países do mundo para enfrentar a pandemia, que na época não era considerada dessa maneira pela OMS.
Este artigo foi publicado originalmente no PanAm Post.
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