O iminente 19º Congresso Nacional na China será acompanhado de perto enquanto o partido se desloca para sua próxima geração da elite governante. Os funcionários mais poderosos a serem anunciados serão os membros do Comitê Permanente do Politburo, que atualmente tem 7 lugares. Na verdade, este é o órgão decisório mais importante do Partido Comunista Chinês (PCCh), e é esperado que o atual líder Xi Jinping lidere o comitê novamente.
O Comitê Permanente faz parte do mais alto Politburo, que tem 25 lugares no total.
Na campanha de Xi Jinping para consolidar seu poder, eliminando seus inimigos através de sua luta contra a corrupção, 11 dos 25 membros já foram expurgados. A reestruturação tem observadores e analistas que tentam adivinhar quem irá assumir os postos mais altos.
Entre os nomes mencionados está Cai Qi, de 61 anos, que conhece Xi há quase 20 anos. Cai trabalhou para Xi quando este ocupou os cargos mais altos nas províncias de Fujian e Zhejiang. Depois que Xi Jinping assumiu o poder, Cai foi promovido a chefe do partido de Pequim. Analistas especulam que Cai será promovido ao Politburo, o que seria uma ascensão meteórica para ele, dada a sua relativa falta de experiência.
Chen Min’er, que foi nomeado para substituir o recém-expulso Sun Zhengcai como chefe do partido de Chongqing, também foi mencionado como um grande aliado de Xi. Os analistas acreditam que ele poderá tornar-se membro do Comitê Permanente.
Enquanto isso, não está claro se o braço direito de Xi, Wang Qishan, permanecerá no Comitê Permanente. Em 2002, o ex-chefe do Partido, Jiang Zemin, impôs o requisito de que os funcionários se aposentem aos 68 anos (Wang completou 69 em julho), como parte dos esforços de Jiang para manter o controle sobre o Comitê Permanente.
No entanto, não será uma grande surpresa se Wang permanecer, apesar dessa regra informal. Em particular, Wang tem liderado a campanha anticorrupção de Xi, e Xi apontou que não irá necessariamente atender às expectativas dos outros.
Muitos funcionários que foram removidos por Xi eram aqueles leais ao ex-presidente Jiang Zemin, e formam uma facção adversária. Por exemplo, Sun, membro do Politburo que já foi considerado um provável sucessor de Xi Jinping, foi expulso por manter estreitas relações com o partidário de Jiang, Zeng Qinghong.
Outros membros do Politburo que fazem parte da facção de Jiang estão em idade de se aposentar, incluindo Zhang Dejiang, membro do Comitê Permanente que subiu de cargo devido ao apadrinhamento político de Jiang; Meng Jianzhu, chefe do aparelho de segurança e membro bem conhecido da “gangue de Xangai” (grupo de funcionários que alcançaram o poder através de vínculos com Jiang quando ele foi secretário do partido de Xangai); e o membro do Comitê Permanente (Liu Yunshan), chefe do poderoso departamento de propaganda. No ano passado, o corpo disciplinar do Partido investigou e criticou abertamente o departamento de Liu, sugerindo uma possível reestruturação do partido.
Sob a liderança de Jiang na década de 2000, muitos funcionários foram promovidos ou recompensados com base em seu desempenho na campanha para erradicar a prática espiritual do Falun Dafa (também conhecida como Falun Gong), uma disciplina de auto-cultivo que ensina os princípios da Verdade, Compaixão e Tolerância. Jiang encarou a existência do Falun Dafa como uma ameaça ao regime autoritário do Partido e, em julho de 1999, lançou uma campanha para acabar com a prática. Desde então, milhões de pessoas foram submetidas à prisão, “lavagem cerebral” e tortura, de acordo com relatórios do Centro de Informação do Falun Dafa e com o site Minghui.org.
Tanto Liu como Meng alçaram posições políticas através da perseguição ao Falun Dafa.
Muitos mais funcionários ligados a Jiang continuam sendo alvo dos expurgos de Xi.
Em breve, o Comitê Central, composto pelos principais funcionários do Partido, “elegerá” os membros do Politburo no 19º Congresso Nacional. Mas, na realidade, os membros já estão determinados através de jogos de poder que acontecem nos bastidores.
Mesmo assim, é digno de nota ver quem se tornará parte do Comitê Central, que também será reestruturado durante o Congresso. Dos 205 membros, 99 estão em idade de se aposentar ou já se aposentaram, enquanto 21 membros foram punidos ou removidos do Comitê, de acordo com o jornal Ming Pao, de Hong Kong.
Colaborou: Gu Qing’er
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