Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
Wuhan está enfrentando uma nova onda de surtos de gripe no marco de cinco anos da COVID-19, com algumas escolas suspendendo as aulas.
De acordo com os dados mais recentes do Centro Chinês de Controle e Prevenção de Doenças, a taxa de positividade para os vírus da gripe continua aumentando, com mais de 99% sendo influenza A, informou a emissora estatal China Central Television em 5 de janeiro. Departamentos de controle de doenças em todo o país também emitiram avisos de saúde.
Em 30 de dezembro de 2024, o governo municipal de Wuhan republicou um artigo da mídia local intitulado “Altamente Contagioso e Propenso a Mutações! CDC de Wuhan Emite Alerta”, afirmando que a cidade entrou em um período de pico para doenças respiratórias, com os vírus da gripe sendo os principais agentes patogênicos.
Chen Banghua, representante do CDC de Wuhan, explicou que a gripe se espalha por vários canais e é altamente contagiosa. Portadores assintomáticos do vírus da gripe são comuns, representando até 30% dos casos.
No entanto, discussões online entre pais em Wuhan indicam que múltiplos vírus, além do influenza A, estão se espalhando simultaneamente.
Em 1º de janeiro, uma mãe de Wuhan compartilhou online: “Norovírus, influenza A e COVID-19 estão circulando. Em nossa família de quatro pessoas, três pegaram norovírus, e uma contraiu influenza A”.
Outra mãe de Wuhan respondeu à postagem: “Eu estou com influenza A, e meu filho com norovírus. Não me recuperei da influenza A quando peguei norovírus do meu filho. Foi assim que passei o último dia de 2024”.
Em 2 de janeiro, uma mãe do distrito de Wuchang, em Wuhan, disse ao Epoch Times que muitos alunos da escola de seu filho estavam infectados. Três turmas do terceiro ano precisaram suspender as aulas, e a turma de quarto ano de seu filho também foi afetada, com mais de 30 alunos em licença médica antes do feriado de Ano Novo.
“A maioria dos casos é de influenza A, mas meu filho, felizmente, teve uma infecção bacteriana de bronquite, embora ainda fosse grave, com a garganta completamente inchada e febre alta de 39,6°C”, disse ela.
Escolas suspendem aulas
Em 28 de dezembro de 2024, uma mensagem online circulou entre os pais em Wuhan indicando que um surto de gripe levou várias escolas primárias a suspender as aulas.
A mensagem citava informações internas de uma escola primária no distrito de Jiang’an e alertava os pais para permanecerem atentos, adotarem medidas de proteção e evitarem doenças que pudessem afetar os exames semestrais.
Em 1º de janeiro, um pai de Wuhan comentou na postagem, dizendo que mais de 100 das 300 crianças no jardim de infância de seu filho já haviam tirado licença médica.
Um pai do distrito de Jiang’an comentou em 27 de dezembro de 2024: “Tivemos três dias de aulas online esta semana”.
Não há necessidade de pânico, afirma especialista
Sean Lin — microbiologista, professor assistente de Ciências Biomédicas e membro do Comitê sobre o Perigo Atual: China, que tem monitorado a situação no país — aconselhou o público chinês a não entrar em pânico.
“Vemos na China muitos grandes hospitais com muitas crianças procurando médicos, mais internações, mais infecções respiratórias que requerem cuidados secundários … Vemos esses tipos de relatos, mas muitos são esporádicos na internet”, disse ele à New Tang Dynasty (NTD), a mídia irmã do Epoch Times, em 5 de janeiro.
“O problema é que o governo chinês não forneceu dados sistemáticos para que o mundo externo entenda qual é a verdadeira situação”.
“Para o público em geral, a primeira coisa é que [vocês] não precisam entrar em pânico”, acrescentou. “[Vocês] precisam ser cautelosos, fazer mais exercícios regulares, descansar bem e tentar ser mais otimistas — isso também reforça o sistema imunológico. Além disso, mantenham uma dieta saudável… e adotem práticas regulares de higiene: lavar as mãos com mais frequência ou usar máscara em algumas reuniões públicas”.
Lin atribuiu a aparente gravidade dos sintomas de gripe na China ao sistema imunológico enfraquecido da população após a COVID-19.
“Como muitas pessoas tiveram múltiplas infecções por COVID, algumas talvez tenham COVID longo, e outras enfrentaram efeitos colaterais das vacinas chinesas, acredito que muitos chineses têm um sistema imunológico enfraquecido. Por isso, mesmo um patógeno respiratório comum como RSV, Mycoplasma pneumoniae ou HMPV pode deixar mais pessoas doentes do que em muitos outros países”, afirmou ele.
“Acredito que isso é o que torna a situação na China única”.