China: visão geral da vigilância por telefone e internet

Como muitas pessoas mantêm um celular sempre à mão, a função GPS permite que os agentes de vigilância localizem essa pessoa

22/01/2019 13:53 Atualizado: 22/01/2019 13:53

Por Minghui.org

O regime comunista chinês usa muitos métodos para perseguir os praticantes do Falun Gong, incluindo a propaganda de ódio e violência. Mas, mais importante ainda, está agindo ativamente através de escutas telefônicas, rastreamento de telefone celular e vigilância por vídeo.

Por exemplo, depois que os banners com as palavras “Falun Dafa é bom” foram encontrados em janeiro de 2017 na cidade de Harbin, província de Heilongjiang, os policiais rastrearam praticantes usando vigilância por vídeo, escuta telefônica, rastreamento de localização e monitoramento de veículos. Isso levou à prisão de pelo menos cinco praticantes, quatro dos quais foram condenados ilegalmente à prisão há vários meses.

É importante entender algumas informações básicas sobre vigilância e contra vigilância.

Vigilância convencional

A tecnologia moderna de vigilância começou durante a Guerra Fria há várias décadas. Agências governamentais coletaram informações através da interceptação de telecomunicações, que transmitiam informações por meio de ondas eletrônicas. Vários métodos foram usados para tornar esses dispositivos indetectáveis.

O primeiro foi um pequeno dispositivo do tamanho de um botão que era fácil de esconder e podia facilmente caber em uma chave de fenda. Em segundo lugar, um dispositivo que tinha a duração de uma bateria prolongada, portanto, ele podia ser usado por um longo tempo. Também podia ser feito para se assemelhar a um carregador de celular sem fio comum. Terceiro, em vez de colocar um interceptador nas proximidades do alvo, um dispositivo altamente sensível podia ser usado de longe. Isso é possível porque, conforme as pessoas conversam, o ambiente, incluindo as janelas, vibram de certas maneiras que refletem os sons internos. Uma vez que esses sinais são coletados e analisados, eles podem ser reproduzidos como se você estivesse colocando o ouvido contra a janela para ouvir. Tubos de água e esgoto também podem enviar ondas sonoras por longas distâncias e podem ser usados para vigilância.

Existem várias maneiras de lidar com esses métodos. Exemplos incluem ser cauteloso em receber presentes de pessoas suspeitas, ter cuidado em locais que já são conhecidos por suspeitar das pessoas. Uma maneira de impedir a vigilância domiciliar é ter cortinas pesadas nas janelas; outra é ter ruído de fundo, como o áudio da televisão.

A gravação de vídeo de maneiras convencionais é mais desafiadora porque uma câmera precisa ser direcionada ao alvo. Seguir e tirar fotos ou vídeos também são opções usadas para vigilância.

Celulares e computadores

Com o desenvolvimento da tecnologia da informação nos últimos 20 ou 30 anos, agências governamentais e grandes empresas desenvolveram ferramentas mais poderosas para coletar informações pessoais. Ao mesmo tempo, a tecnologia necessária para isso tornou-se cada vez mais acessível.

Governos, empresas e indivíduos frequentemente se abstêm de abusar dessas ferramentas fora da China, por causa das leis e da opinião pública. No entanto, essas tecnologias são amplamente exploradas pelo regime comunista para reprimir as pessoas no país.

Os registros da companhia telefônica incluem números de telefone, horários de chamadas e duração das conversas. Uma vez que um alvo é identificado, todas as conversas podem ser convertidas em texto através de software, seguido de filtragem e análise por um humano.

Computadores contemporâneos, telefones inteligentes e internet simplificaram o rastreamento de indivíduos. Dispositivos de gravação de vídeo agora são vistos em muitos lugares, e conversas de telefone celular podem ser facilmente obtidas através de software backdoor, transmitidas remotamente e analisadas.

Como muitas pessoas mantêm um celular sempre à mão, a função GPS permite que os agentes de vigilância localizem essa pessoa. Vários aplicativos também podem coletar informações de telefones e enviá-las a servidores remotos.

Muitos sites e fornecedores de aplicativos de telefonia celular cooperam com agências de publicidade para coletar informações do usuário. Por meio de uma poderosa análise de informações, as agências de publicidade podem saber mais sobre uma pessoa do que sobre os membros da família ou até sobre a pessoa em si. Quando combinada com listas de contatos e registros telefônicos, a agência de publicidade pode construir um perfil social desse indivíduo e, com base nisso, gerar mais informações. Muitos aplicativos podem parecer amigáveis, mas sua conveniência pode indicar que muita informação sobre uma pessoa e seu círculo de amigos é coletada sem aviso prévio.

Dentro da China, essas agências e fornecedores de publicidade podem traçar perfis para o Partido Comunista Chinês. Assim, é melhor evitar computadores ou telefones celulares fabricados na China e até mesmo softwares desenvolvidos na China. O potencial de vigilância pode ser minimizado se os usuários do telefone instalarem menos aplicativos, já que muitos aplicativos solicitam permissão para acessar a lista de contatos, o registro do telefone, as informações do Wi-Fi, a localização do GPS, o microfone e a câmera. Essas ferramentas podem permitir que o celular ou computador seja usado como um poderoso dispositivo de vigilância.

Software fora da China

O software fornecido em outros lugares, incluindo os Estados Unidos, é um pouco diferente. As informações são frequentemente criptografadas e armazenadas nos EUA, onde estão sujeitas a proteção e regulamentação por leis relevantes. Geralmente, o regime chinês não tem acesso a essas informações, mas há exceções. Em alguns incidentes nos últimos anos, algumas empresas dos EUA cooperaram com empresas chinesas e armazenaram informações para alguns usuários em servidores na China. Em nome do cumprimento das leis chinesas, esses parceiros de negócios na China podem fornecer informações ao regime comunista.

Tais casos foram relatados pela mídia. Por exemplo, o Skype produziu uma versão especial para a China, o Yahoo China forneceu informações sobre dissidentes ao regime comunista, o Google filtrou os resultados da pesquisa quando tinha operações na China, a Apple removeu alguns aplicativos VPN da App Store e armazenou informações de usuários chineses do iCloud em servidores na China. Portanto, as agências de aplicação da lei na China puderam solicitar informações sobre esses indivíduos. Para piorar as coisas, o Google vem desenvolvendo um sistema de busca sob medida para a China em um projeto chamado Dragonfly.

Grandes empresas geralmente não querem perder clientes potenciais. Enquanto isso, querem obter lucros no mercado chinês. Eles podem separar os serviços na China dos principais negócios no exterior, mas não podem garantir a confidencialidade, nem garantir que informações altamente sensíveis não estejam vazando.

Ferramentas VPN

Muitas ferramentas de VPN estão disponíveis dentro e fora da China. Como os fornecedores de VPN têm armazenado os endereços IP e sites que os usuários visitam, as informações coletadas dentro da China são vulneráveis, pois podem ser entregues ao regime comunista mediante solicitação.

Fraudulência e roubo de identidade

Quando as informações de uma pessoa estão online, elas podem ser coletadas por várias partes e compartilhadas entre elas. Pode tornar as pessoas vítimas de atividades fraudulentas e roubo de identidade.

Muitos tipos de atividades fraudulentas e roubo de identidade são comuns. Relativamente falando, as atividades de telefone fraudulentas são mais fáceis de identificar, pois envolvem um número de telefone e voz. Mas dentro da China, sob o seu regime comunista totalitário, as pessoas podem ser forçadas a fazer coisas contra a sua vontade quando estão sob pressão. Atividades fraudulentas na internet, no entanto, são muito mais comuns e deve-se ter ainda mais cuidado nessa área.