A China e o Vaticano prorrogaram o acordo provisório que rege a nomeação de bispos no país asiático por mais dois anos, afirmou nesta segunda-feira (24) o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Wang Wenbin, citado pela imprensa local.
Os dois Estados continuarão negociando para “garantir que o acordo seja gerido corretamente” e continuarão trabalhando para “melhorar as suas relações”, explicou o porta-voz.
O país asiático e o Vaticano chegaram ao primeiro pacto em 2018 para nomear bispos chineses, um acordo que foi renovado a cada dois anos desde então.
O Vaticano defende que o acordo tenta promover a unidade dos católicos chineses, uma vez que o controle por parte das autoridades provocou o fenômeno das chamadas comunidades “clandestinas”, que tentaram escapar do controle e repressão religiosa imposto pelo regime comunista chinês.
As relações diplomáticas entre a China e o Vaticano são oficialmente inexistentes desde 1951, devido à excomunhão por parte de Pio XII de dois bispos nomeados por Pequim, à qual as autoridades chinesas responderam com a expulsão do núncio apostólico, que se estabeleceu na ilha de Taiwan.
A China, por sua vez, tem sua própria Igreja Católica Patriótica desde 1949, quando Mao Tsé-Tung estabeleceu a República Popular da China em Pequim.
O Vaticano e a China experimentaram uma certa aproximação com o pontificado de Francisco e manifestaram em várias ocasiões o desejo de melhorar seus laços.
Perseguição religiosa na China
Apesar do acordo, o Vaticano não é responsável pelo nomeação de Bispos na China. O regime chinês escolhe todos os representantes da igreja, sendo eles membros e funcionários do Partido Comunista Chinês (PCCh), que também fornece uma Bíblia repleta de alterações feitas pelo partido.
A perseguição religiosa praticada pelo regime comunista chinês é abrangente e sistemática, muçulmanos uigures, tibetanos e praticantes do Falun Gong, ou Falun Dafa, são as maiores vítimas da tirania do PCCh, com denúncias protocoladas na ONU e em tribunais internacionais sobre assassinatos, trabalho forçado e campos de concentração envolvendo principalmente os uigures e adeptos do Falun Dafa.
Em agosto, a polícia invadiu igrejas em muitas províncias, incluindo Shaanxi, Shanxi, Jilin e Sichuan, além da capital Pequim. Quem noticia isso é a revista Bitter Winter, especializada no assunto. Na cidade de Changchun, no nordeste, autoridades invadiram uma igreja considerada clandestina, justamente por manter a tradição católica global e não a imposta pelo PCCh, com os agentes alegadamente espancando fiéis que participavam de um culto.
Confira o China em Foco de 27 de agosto, em nosso canal da NTD no youtube, para conferir uma das nossas reportagens exclusivas sobre a perseguição aos Cristãos na China:
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