Vance confirma que hackers chineses invadiram seu telefone

O candidato à vice-presidência, senador JD Vance (R-Ohio), afirmou que seu telefone foi hackeado por entidades chinesas que exploraram uma infraestrutura projetada para espionar americanos.

Por Andrew Thornebrooke
01/11/2024 10:15 Atualizado: 01/11/2024 10:15
Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.

O candidato republicano à vice-presidência, senador JD Vance, disse em 31 de outubro que seu telefone foi hackeado por entidades chinesas.

Falando durante um episódio do podcast “The Joe Rogan Experience”, Vance afirmou que hackers chineses invadiram seu celular, mas que a maioria de suas mensagens estava criptografada por aplicativos de terceiros, como o Signal.

“Não acho que eles tenham conseguido realmente nada. Vamos descobrir. Aparentemente, eles não conseguiram acessar as mensagens criptografadas que foram enviadas”, disse Vance.

A confirmação foi feita menos de uma semana depois de o FBI e a Agência de Segurança Cibernética e de Infraestrutura (CISA) publicarem um comunicado conjunto reconhecendo uma investigação sobre “o acesso não autorizado à infraestrutura de telecomunicações comerciais”.

O comunicado informava que as agências “notificaram imediatamente as empresas afetadas, prestaram assistência técnica e compartilharam rapidamente informações para ajudar outras possíveis vítimas.”

Vance afirmou que os hackers, com base na China, conseguiram invadir seu telefone usando uma infraestrutura de back-end originalmente criada para acomodar o Patriot Act e a Seção 702 da FISA.

As alegações de Vance não puderam ser verificadas de forma independente pelo Epoch Times.

A CISA e o FBI se recusaram a comentar.

O Epoch Times também solicitou um comentário do Departamento de Justiça, mas não recebeu resposta até o momento da publicação.

Vance também afirmou acreditar que o telefone do ex-presidente Donald Trump foi hackeado por agentes que estavam na China.

Ele disse que as autoridades o informaram de que a violação fazia parte de um esforço maior da China, denominado “Salt Typhoon”, que visa infiltrar-se e explorar a infraestrutura dos EUA.

Existe também um esforço com nome similar, Volt Typhoon. Esse esforço está associado a um grupo de hackers chineses que conseguiu infiltrar milhares de sistemas dos EUA, incluindo infraestrutura crítica, como sistemas de controle de água e tráfego aéreo.

As informações sobre o esforço de hackeamento foram reveladas em meio a uma disputa presidencial acirrada, marcada por frequentes interferências estrangeiras de grupos cibernéticos na China, Rússia e Irã. Este é o segundo ataque hacker conhecido contra a campanha de Trump, após um ataque de phishing iraniano em agosto. Nesse ataque, hackers apoiados por Teerã invadiram as contas de um membro da campanha e vazaram as informações para a imprensa e para o governo Biden.

“Nós realmente temos um problema sério”, disse Vance.

Tentativas estrangeiras de influenciar as eleições nos EUA não são novidade, mas a sua crescente intensidade e diferentes níveis de sucesso são.

Os esforços chineses para influenciar o resultado das eleições presidenciais de 2024, em particular, tornaram-se mais agressivos e mais impactantes do que em anos anteriores.

Um memorando desclassificado sobre a segurança eleitoral, publicado pelo Escritório do Diretor de Inteligência Nacional (EDIN) em julho, concluiu que o regime chinês “está buscando expandir sua capacidade de coletar e monitorar dados nas plataformas de redes sociais dos EUA, provavelmente para entender melhor — e eventualmente manipular — a opinião pública.”

A empresa de mídia social Meta também identificou o grupo “Spamouflage”, apoiado pela China, como a maior operação de influência online do mundo e descobriu que agentes chineses criaram cerca de 4.800 contas falsas em redes sociais, posando como americanos, para atingir seus próprios objetivos.

O mais recente relatório de segurança eleitoral do Escritório do Diretor de Inteligência Nacional (EDIN) afirma que a China “provavelmente não planeja influenciar o resultado” da eleição nos EUA, mas essa conclusão parece contradizer relatórios anteriores do EDIN.

Um desses relatórios, publicado no ano passado, revelou que as autoridades comunistas chinesas estão mais dispostas a interferir nas eleições dos EUA agora do que em ciclos anteriores, precisamente porque “não esperavam que a administração atual retaliasse” com a mesma severidade que a administração Trump teria.