Ursinho Pooh é censurado na China devido a memes satirizando Xi Jiping

Regime chinês é conhecido por suas operações de censura permanente em questões e notícias que não lhe convém

08/08/2018 12:49 Atualizado: 08/08/2018 12:49

Por Jesús de León, Epoch Times

A nova adaptação cinematográfica da Disney sobre o urso Winnie Pooh, “Cristopher Robin”, acaba de ser censurada na China.

O jornal The Guardian mencionou que o personagem Winnie Pooh tornou-se uma maneira alegre pela qual o povo da China zomba do líder chinês Xi Jinping.

Esta pode ser uma das razões pelas quais a revista norte-americana de cinema The Hollywood Reporter afirmou que a nova adaptação da Disney sobre o ursinho Pooh foi censurada.

As gozações começaram quando Xi Jinping visitou os Estados Unidos em 2013. Nessa ocasião, foi compartilhada uma foto dele ao lado do presidente Obama caminhando juntos, então logo apareceram memes comparando os dois líderes com o ursinho Pooh e seu conhecido amigo Tigger.

Desde então as imagens do ursinho doce e amoroso da Disney tornaram-se um símbolo daqueles que aspiram à democracia na China, e assim se tornou um dos objetivos centrais dos censores chineses.

“As imagens do personagem Winnie Pooh se tornaram um símbolo da resistência daqueles que se opõem ao Partido Comunista no poder”, menciona em um de seus parágrafos o The Hollywood Reporter.

O regime chinês é conhecido por suas operações de censura permanente em questões e notícias que não lhe convém. É um sistema que, com o passar do tempo, está se aperfeiçoando. Por exemplo, em maio a mídia estatal chinesa anunciou com entusiasmo a formação de uma “Federação da Internet”.

Com aparência de Ong, a federação passou a ser dirigida por Ren Xianliang, ex-vice-diretor da agência estatal de censura da Internet, a Administração do Ciberespaço, e será responsável pela instrumentação em favor do Partido sobre quais sites da Internet os cidadãos podem acessar.

O co-fundador e presidente executivo da Alibaba Group, um conglomerado de tecnologia multinacional, Jack Ma, — que apoia abertamente as políticas do regime chinês — e Pony Ma, da Tencent — empresa criadora do WeChat, rede social conhecida por cumprir as políticas de censura e monitoração da Internet ditadas pelo Regime — são os vice-presidentes da federação.

Dissidentes chineses e outros que expressaram opiniões críticas sobre o regime chinês foram punidos no passado, quando se desviaram do “caminho politicamente correto”.

Homem no Aeroporto Internacional de Hong Kong passa por um anúncio da plataforma de redes sociais WeChat, de propriedade da empresa Tencent, em 21 de agosto de 2017 (Richard A. Brooks/AFP/Getty Images)
Homem no Aeroporto Internacional de Hong Kong passa por um anúncio da plataforma de redes sociais WeChat, de propriedade da empresa Tencent, em 21 de agosto de 2017 (Richard A. Brooks/AFP/Getty Images)

Embora WeChat seja uma das plataformas de mídia social mais populares na China, com 494,3 milhões de usuários individuais dentro de suas fronteiras, para alguns, no entanto, o seu uso pode ser considerado um crime.

Seis praticantes do Falun Gong, uma disciplina de meditação espiritual que é severamente perseguido pelo regime chinês, foram presos recentemente por postarem mensagens no WeChat sobre a repressão continuada do regime contra essa prática.

WeChat trabalha em estreita colaboração com as autoridades chinesas para ajudar a censurar o conteúdo que o regime desaprova. Informações sobre o Falun Gong, também conhecido como Falun Dafa, são fortemente censuradas na China. A prática espiritual, baseada nos ensinamentos morais budistas e taoístas, foi proibida em 1999.

Em seu Índice Mundial de Liberdade de Imprensa de 2018, a organização Repórteres Sem Fronteira avaliou a liberdade jornalística de 180 países, e a China ocupou a posição 176, com apenas Síria, Turquemenistão, Eritreia e Coreia do Norte em piores posições.

De acordo com o índice, as mídias estatais e particulares da China estão agora sob o controle estrito do Partido Comunista Chinês (PCC). Jornalistas estrangeiros que tentam fazer reportagens no país asiático encontram cada vez mais dificuldades devido à censura e à repressão do regime.

“A China é a maior prisão do mundo para jornalistas”, concluíram.

Para muitos, o ursinho Pooh é um personagem sensível do mundo da Disney, que há décadas tem sido capaz de conquistar os corações dos mais jovens. Mas na China de hoje, o infantil personagem não é bem-vindo devido ao regime chinês, que parece ter medo dele.