Por Agência EFE
A Comissão Europeia (CE) mostrou na quarta-feira sua “preocupação” com a “erosão” do quadro de coexistência política em que Hong Kong se desenvolveu nas últimas décadas em relação à China, diante do chamado “Um país, dois sistemas”.
Segundo o executivo da comunidade, o ambiente “excepcionalmente desafiador” experimentado no território autônomo desde o ano passado “impediu” parte da população de acessar algumas “liberdades básicas”.
“Os distúrbios expuseram profundas divisões na sociedade e causaram danos sociais e econômicos significativos. A UE enfatizou que toda a violência é inaceitável e que a ação de aplicação da lei deve ser proporcional”, afirmou a CE em um relatório sobre a situação política no território durante 2019.
Também apontou diretamente para a entrada em vigor da lei de segurança nacional imposta por Pequim, um elemento que “acentua” “inquietação social e violência”.
Para conter a tendência, o texto enfatiza a necessidade de uma “escalada” da violência baseada no diálogo entre as duas partes, realizando uma “investigação exaustiva da violência” que surgiu nos últimos meses.
O alto representante da Política Externa da União Europeia, Josep Borrell, afirmou que as instituições comunitárias “não permanecerão à margem”, enquanto a China “tenta reduzir ainda mais as liberdades” com uma nova lei de segurança nacional “draconiana”.
“É do interesse global que Hong Kong possa prosperar como parte da China e como um centro internacional de negócios único e que represente uma encruzilhada de culturas com base em seu alto grau de autonomia”, concluiu o político espanhol.
Atualmente, mais de 2.300 empresas europeias operam em território autônomo, o que representa um investimento anual de cerca de 136.000 milhões de euros.
Isso significa que a UE é o segundo maior parceiro comercial de Hong Kong, depois da China, o segundo maior destino de suas exportações e o terceiro maior fornecedor globalmente.
Essas relações, enfatiza o documento, possibilitam que ambas as partes se beneficiem de “contatos intrapessoais”, que ajudam a promover várias áreas, como “pesquisa, mobilidade estudantil ou indústria criativa”.
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