Pequim, 6 set (EFE).- O supertufão Yagi, o mais forte do ano na China, deixou mais de 830 mil pessoas sem fornecimento de energia depois de tocar terra nesta sexta-feira às 16h20 (horário local, 6h20 de Brasília) na cidade de Wenchang, na província insular de Hainan, localizada no Mar da China Meridional.
Nesse momento, o tufão afeta as cidades de Haikou, Chengmai e Ding’an com ventos de nível 12.
A previsão é que provoque ventos fortes e chuva nas próximas horas, afetando gravemente o norte e o centro de Hainan, segundo o Centro Meteorológico Nacional da China, que alertou para um elevado risco de desastres, incluindo tornados na costa.
Além disso, centenas de milhares de usuários foram afetados por cortes de energia, com 134 linhas e mais de 11.300 estações de distribuição danificadas na ilha, segundo relataram vários meios de comunicação locais.
Este tufão, o 11º do ano e o primeiro da temporada de outono, provocou a evacuação de mais de 400 mil pessoas na província de Hainan, segundo dados da agência oficial “Xinhua”.
Também foram relatados cortes de água e eletricidade em vários bairros de Haikou, bem como danos em infraestruturas como janelas, cartazes publicitários e cabines de segurança.
Com ventos próximos de 220 quilômetros por hora e pressão mínima de 915 hectopascais, o Yagi foi comparado em intensidade ao tufão Rammasun, que atingiu a China em 2014.
As áreas mais afetadas até agora incluem as províncias de Guangzhou (sul), Guangxi (centro) e Yunnan (centro), bem como a península de Leizhou.
Em Haikou, capital de Hainan, espera-se um aumento do nível do mar de até 230 centímetros, levantando preocupações sobre graves inundações devido à tempestade.
O tufão Yagi formou-se rapidamente após entrar no Mar da China Meridional, favorecido pelas altas temperaturas do oceano e pelo baixo cisalhamento do vento, permitindo uma rápida intensificação.
As autoridades implementaram o que chamaram de “cinco suspensões” – trabalho, aulas, transporte, operações turísticas e mercado de ações – como medida preventiva.
Especialistas citados pelo jornal local “The Paper” destacaram que neste ano a atividade de tufões foi menor do que a habitual, com 11 deles formados no noroeste do Pacífico e no Mar da China Meridional, abaixo da média anual de quase 14.
Isto é atribuído a condições climáticas desfavoráveis, como o atraso do El Niño e o aumento do cisalhamento vertical do vento, que limitou a intensidade dos tufões.
As reparações na rede elétrica começarão assim que as chuvas cessarem, com mais de 7.000 pessoas mobilizadas em Hainan e o apoio de outros 10.000 técnicos que chegarão de Guangzhou amanhã, segundo detalharam as autoridades locais.