Quando milhares de tibetanos na província de Sichuan, no sudoeste da China, se reuniram para protestar contra uma operação de mineração de lítio que está envenenando as águas locais, eles prepararam uma declaração que cheirava a peixe.
Em 6 de maio, os manifestantes bloquearam uma estrada na província autônoma de Ganzi e despejaram montes de peixes mortos, vítimas da mina de lítio Xijika, propriedade da empresa Rongda Lithium Industry Company Ltd.
De acordo com Tashi, um tibetano morador local, a ação foi organizada e realizada com a colaboração de vários municípios. “O governo local despachou tropas da polícia antichoque para ficarem a postos”, disse Tashi ao Epoch Times.
Um chinês da etnia han que testemunhou a cena disse que os tibetanos estavam sentados no meio da estrada e que pouco tempo depois a polícia já havia estabelecido um cinturão de controle e patrulhas ao longo do local. Quando a testemunha postou fotos do protesto em sua rede social, a polícia da internet chinesa exigiu que ele as excluísse, mas ele se recusou, disse ele ao Epoch Times.
O impasse entre a polícia e os manifestantes tibetanos foi resolvido quando um secretário local do Partido Comunista prometeu que a operação de mineração cessaria.
A mina de lítio Xijika iniciou suas operações no começo de maio. Resíduos tóxicos foram despejados no curso superior do rio Liqu, um afluente do rio Yalong, provocando quase imediatamente grande mortandade da fauna aquática local.
Xijika, localizada no município de Tagong, possui a maior reserva de minério de lítio kunzita da Ásia, cerca de 80 milhões de toneladas, ou quatro quintos das reservas totais da China.
A empresa Rongda adquiriu os direitos de mineração na região em 2005, e desde então tem causado poluição generalizada na outrora intocada estepe da província ocidental de Sichuan. Em outubro de 2013, tibetanos protestaram quando cinco aldeias descobriram que suas fontes de água potável se tornaram tóxicas, informou a Radio Free Asia.
A poluição está destruindo as pastagens na região, disse o tibetano Tashi, e resultará na devastação do modo de vida local se não for controlada.