Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
A nova administração e o novo Congresso devem agir para enfrentar as ameaças representadas pelo varejista online chinês de baixo custo Temu, de acordo com um recente relatório publicado pelo Center for Strategic and International Studies (CSIS), com sede em Washington.
Diane Rinaldo, uma associada sênior não-residente do Programa de Tecnologias Estratégicas do CSIS, declarou em seu relatório de 24 de outubro que a nova lei do TikTok “não abordou o problema mais amplo que vai além de um único aplicativo”. A nova lei, aprovada com grande maioria na Câmara e no Senado no início deste ano, exige que a empresa-mãe do TikTok, com sede na China, se desfaça do aplicativo ou enfrente uma proibição nos EUA.
“Infelizmente, essa legislação não protege contra outros aplicativos nefastos, pois foca apenas no TikTok”, escreveu Rinaldo.
“Em vez de adotar uma abordagem caso a caso, o próximo Congresso deveria ampliar essa legislação para direcionar qualquer aplicativo que seja de propriedade, operado ou afiliado ao [Partido Comunista Chinês] e que seja considerado uma ameaça clara à segurança dos dados americanos.”
O presidente Joe Biden assinou, em abril, o Ato de Proteção aos Americanos contra Aplicativos Controlados por Adversários Estrangeiros, exigindo que a ByteDance da China venda o TikTok até 19 de janeiro do próximo ano. O TikTok foi acusado de explorar a mente dos jovens americanos e de suprimir conteúdos críticos ao Partido Comunista Chinês (PCCh).
A maior preocupação agora é o Temu, que Rinaldo chamou de “um programa de spyware de coleta de informações disfarçado de site de comércio eletrônico”.
Ela referiu-se às descobertas publicadas pela Grizzly Research no ano passado, que afirmavam que o Temu “tem funções ocultas que permitem a exfiltração extensa de dados, sem o conhecimento dos usuários”.
Rinaldo também mencionou uma ação coletiva movida em novembro do ano passado em Illinois. A queixa afirma que o Temu é “propositadamente e intencionalmente carregado com ferramentas para executar atividades virulentas e perigosas de malware e spyware nos dispositivos dos usuários”.
“Com seu amplo acesso, ele pode registrar atividades do usuário além daquelas realizadas no aplicativo, monitorar e-mails e mensagens, ativar o microfone e a câmera e registrar os movimentos do usuário por meio de dados de GPS e conectividade Wi-Fi”, escreveu Rinaldo.
Qualquer dado que o Temu possa coletar pode acabar nas mãos do regime comunista da China. Até agora, não há “evidências” de que o Temu tenha entregue seus dados de usuários ao PCCh, disse Rinaldo, mas alertou que o varejista pode ser obrigado a fazê-lo devido a “obrigações legais”.
Leis chinesas, como a Lei de Inteligência Nacional de 2017 e a Lei de Segurança de Dados de 2021, autorizam o regime comunista a coletar dados de entidades comerciais com sede na China.
O PCCh também poderia obrigar o Temu a entregar dados por meio de sua empresa-mãe, a PDD Holdings, já que esta está ligada à estatal chinesa Gestão de Dados do Povo, explicou Rinaldo.
O regime poderia potencialmente combinar os dados do Temu com outros dados hackeados, como os dados roubados da violação de 2015 do Escritório de Gestão de Pessoal dos EUA, para “desenvolver matrizes de segmentação para operações de inteligência humana ou de influência”, de acordo com Rinaldo.
Os ataques cibernéticos de 2015 comprometeram dados de mais de 21 milhões de funcionários federais atuais, antigos e potenciais, além de membros de suas famílias.
A próxima administração “faria bem em continuar” a ordem executiva do presidente Joe Biden emitida em fevereiro, escreveu Rinaldo. A ordem de Biden visa restringir países adversários, como China e Rússia, de comprar dados de americanos, criando um novo regime regulatório liderado pelo Departamento de Justiça.
Em 21 de outubro, o Departamento de Justiça dos EUA emitiu um aviso de novas regras propostas para implementar a ordem de Biden.
Em setembro, a administração Biden anunciou novos passos para combater a brecha de minimis, que permitiu que o Temu e outra empresa chinesa, a varejista de moda rápida Shein, enviassem pacotes abaixo de US$ 800 para os Estados Unidos com relativamente pouca fiscalização.
Outra recomendação de política do relatório de Rinaldo é que a Comissão Federal de Comércio (FTC) investigue o Temu por propaganda enganosa, fraudes e violações de privacidade.
Em abril, o deputado Brian Mast (R-Fla.) escreveu uma carta à presidente da FTC, Lina Khan, pedindo que a agência investigue a PDD Holdings por seus vínculos com o PCCh e práticas comerciais questionáveis.
“Assim como o TikTok, o Temu representa mais uma frente na competição estratégica com a China e deve ser levado igualmente a sério”, escreveu Rinaldo.
O Epoch Times entrou em contato com o Temu para comentários.