Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.
Taiwan realizou exercícios de mísseis com fogo real na segunda-feira, em meio à crescente pressão militar do regime comunista da China.
Mísseis superfície-ar, incluindo o Patriot PAC II fabricado nos EUA e o Sky Bow III, desenvolvido por Taiwan, foram lançados na presença de repórteres que fizeram uma rara visita a um local de testes sensível na esquina sudeste da ilha.
Estes são os primeiros exercícios de mísseis desde que Lai Ching-te, a quem Pequim rotulou de “separatista”, se tornou presidente da ilha autônoma, sobre a qual o Partido Comunista Chinês (PCCh) reivindica soberania.
Taiwan tem expressado preocupações sobre a atividade militar chinesa nos últimos anos, à medida que Pequim busca afirmar suas reivindicações de soberania, e Taipei tem fortalecido suas capacidades de dissuasão.
Chang Cheng, um especialista em mísseis de Taiwan, disse ao Epoch Times que os mísseis são cruciais para que o exército taiwanês mantenha a superioridade aérea em um possível conflito.
O Ministro da Defesa, Wellington Koo Li-hsiung, supervisionou o exercício na madrugada de segunda-feira na Base Militar de Jiupeng, no Condado de Pingtung, no sudeste de Taiwan.
O Comando de Defesa Aérea e Mísseis de Taiwan testou os mísseis Patriot PAC II e Sky Bow III nos céus, enquanto um navio de guerra na costa disparou um míssil RIM-66 Standard.
O Coronel Kao Shu-li, chefe da 794ª Brigada do comando, disse aos repórteres que os mísseis foram disparados para interceptar alvos no ar.
O porta-voz do Ministério da Defesa, Sun Li-fang, disse que todos os mísseis atingiram seus alvos.
Isso “provou dois pontos”, disse ele aos repórteres.
“O primeiro é que o treinamento de nossos soldados é muito sólido, e o outro é que nossos sistemas de armas foram verificados durante este processo de disparo real de mísseis.
“No geral, atingimos nossos objetivos”, acrescentou.
Jiupeng também é o local onde o desenvolvedor estatal de armas, o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Chung-Shan (NCSIST), testa novos mísseis, como a versão de maior alcance do Hsiung Feng, projetada para atingir alvos no interior da China.
Em relação a relatos não confirmados de que o exercício também testou o Sky Bow IV e o míssil de cruzeiro superfície-superfície Hsiung Feng IIE, Sun disse que o departamento não comentaria sobre mísseis altamente secretos.
Em um e-mail para o Epoch Times, Chang, ex-engenheiro-chefe do projeto Hsiung Feng III do NCSIST, disse que a importância dos mísseis superfície-ar é evidente, dada a necessidade de manter a superioridade aérea.
“Em guerras modernas, sem superioridade aérea, não há supremacia naval ou terrestre”, disse ele. “Portanto, a superioridade aérea é extremamente importante.”
Desde que Lai assumiu o cargo, o PCCh intensificou sua retórica contra os chamados separatistas de Taiwan e declarou que os “apoiadores ferrenhos” da independência de Taiwan podem ser punidos com a morte.
Entre os dias 10 e 11 de julho, Taiwan detectou 66 voos militares chineses no espaço aéreo da ilha em 24 horas, o maior número diário já registrado.
Na segunda-feira, as autoridades taiwanesas disseram ter detectado cinco aeronaves militares chinesas e 11 embarcações.
O departamento de transportes do regime chinês também realizou uma patrulha de 30 horas no Estreito de Taiwan durante o fim de semana, levantando preocupações de que o regime esteja usando meios não militares para expandir sua influência.
Apoio dos EUA
Embora os Estados Unidos não tenham laços diplomáticos formais com Taiwan, eles mantêm relações com Taipei sob a Lei de Relações com Taiwan, que permite a Washington fornecer equipamentos militares para a autodefesa da ilha.
Em 2018, o ex-presidente Donald Trump assinou a Lei de Iniciativa de Reafirmação da Ásia, que “apoia as vendas regulares de artigos de defesa para Taiwan”, de acordo com o ministério das Relações Exteriores de Taiwan.
Em junho deste ano, a administração Biden aprovou a venda de mísseis e drones para Taiwan no valor de US$ 360 milhões.
No mês seguinte, Pequim interrompeu unilateralmente as negociações com os Estados Unidos sobre controle de armas e proliferação nuclear devido à contínua venda de armas a Taiwan por parte dos EUA.
Recentemente, Trump e especialistas em defesa também pediram a Taipei que aumentasse seus gastos com defesa.
No início deste mês, Lai anunciou um orçamento de defesa recorde de NT$ 647 bilhões (cerca de US$ 20 bilhões) para o próximo ano, representando um aumento recorde de 6%.
O orçamento de defesa de Taiwan atualmente equivale a 2,5% do PIB de Taiwan, mas alguns especialistas dos EUA, incluindo o ex-conselheiro de segurança nacional Robert O’Brien, disseram que o valor deveria ser dobrado para 5%.
A Reuters contribuiu para esta notícia.
