Taiwan posiciona seus caças para lidar com jatos chineses enquanto Xi reúne-se com oficiais do alto escalão

Taiwan expressa sua preocupação com as repetidas missões da Força Aérea chinesa nas proximidades há mais de um ano

30/11/2021 16:59 Atualizado: 30/11/2021 16:59

Por Aldgra Fredly

Taiwan afirma que enviou seus caças para alertar os 27 jatos chineses que entraram em sua zona de defesa aérea no domingo, em outra incursão de Pequim através do Estreito de Taiwan.

A última ofensiva chinesa envolveu 18 caças e cinco bombardeiros H-6, bem como um avião de reabastecimento Y-20, relatou o ministério da defesa de Taiwan.

Os bombardeiros e seis dos caças chineses entraram na zona de identificação de defesa aérea de Taiwan, perto do sul da ilha, em seguida saíram para o Oceano Pacífico antes de retornar ao seu país, de acordo com um mapa do ministério taiwanês.

O ministro da Defesa de Taiwan, Chiu Kuo-cheng, se pronunciou com jornalistas sobre a última agressão, na segunda-feira, em uma reunião parlamentar para legisladores.

“Sua intenção é exaurir-nos lentamente, para que se saiba que alguém possui esse poder”, afirmou Chiu. “Nossas forças nacionais demonstraram que, embora você tenha esse poder, temos contramedidas”, acrescentou.

Taiwan enviou caças para alertar os aviões chineses a recuar e implantou sistemas de mísseis para monitorá-los, declarou o ministério.

Os aviões chineses foram acompanhados por uma aeronave de reabastecimento, o que sugere que Pequim reabasteceu os caças de menor alcance em voo, uma habilidade que a Força Aérea do país ainda está tentando aprimorar com o propósito de projetar seu poder para além de suas costas.

O ministro das Relações Exteriores de Taiwan, Joseph Wu, descreveu a última incursão da China no Estreito de Taiwan como uma “ação coercitiva” que “obviamente pretendia colocar Taiwan de joelhos” e aliená-la de seus parceiros democráticos.

O governo taiwanês “nunca” cederá às pressões da China, afirmou Wu em um comunicado compartilhado no Twitter do Ministério das Relações Exteriores de Taiwan.

Presidente chinês, Xi Jinping, no Grande Salão do Povo em Pequim, no dia 9 de outubro de 2021 (Noel Celis / AFP via Getty Images)
Presidente chinês, Xi Jinping, no Grande Salão do Povo em Pequim, no dia 9 de outubro de 2021 (Noel Celis / AFP via Getty Images)

A última missão ocorreu enquanto o líder chinês, Xi Jinping, se reunia com os principais generais em uma reunião de três dias que finalizou-se no domingo, na qual ele pediu a promoção de talentos militares para apoiar e liderar o progresso no fortalecimento das forças armadas, de acordo com a mídia estatal chinesa, Xinhua.

Xi não mencionou Taiwan em seus comentários durante a reunião.

Taiwan é um país independente, de fato, com seu próprio governo, mas a China considera a ilha democrática uma província dissidente. Taiwan expressa sua preocupação com as repetidas missões da Força Aérea chinesa nas proximidades há mais de um ano, geralmente na parte sudoeste de sua zona de defesa aérea, perto das Ilhas Pratas, também controladas por Taiwan.

Em 1º de outubro, quando a China celebrou seu feriado nacional, Taiwan informou que quase 150 aeronaves militares chinesas entraram em sua zona de defesa aérea por quatro dias consecutivos. A missão chinesa naquela data incluía 34 caças J-16 e 12 bombardeiros H-6 com capacidade nuclear, o quais voaram em uma área perto das ilhas Pratas, relatou o ministério da defesa de Taiwan.

A China é a “principal culpada” por criar tensões no Estreito de Taiwan, argumentou o governo taiwanês, o qual exigiu que Pequim pare imediatamente com a “provocação irresponsável” contra a ilha.

Com informações da Reuters

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