Taiwan deporta 2 cidadãos chineses por assédiar manifestantes pró-Hong Kong

Por Catherine Yang
05/10/2024 15:48 Atualizado: 05/10/2024 15:48
Matéria traduzida e adaptada do inglês, publicada pela matriz americana do Epoch Times.

Taiwan deportou dois cidadãos chineses acusados de assediar um grupo de manifestantes pró-Hong Kong no dia 1º de outubro, que marcou o 75º aniversário da tomada de poder pelo Partido Comunista Chinês (PCCh).

“O governo tomará ações imediatas e rigorosas contra qualquer chinês continental que venha a Taiwan e se envolva em comportamento ilegal ou irregular que coloque em risco nossa segurança nacional e estabilidade social”, declarou o governo taiwanês em 3 de outubro.

A organização Hong Kong Outlanders afirmou ter organizado um pequeno protesto em 1º de outubro, na capital de Taiwan, Taipei, onde os membros do grupo foram verbalmente assediados e empurrados por um grupo de chineses.

O Conselho de Assuntos do Continente de Taiwan declarou que dois cidadãos chineses, um casal envolvido no incidente, foram deportados e tiveram seus vistos de entrada revogados. Eles haviam solicitado entrada em Taiwan no final de setembro para visitar um parente, que, segundo as autoridades, já havia deixado Taiwan para retornar à China em julho, de acordo com a mídia local.

Autoridades de imigração levaram o casal ao Aeroporto Internacional de Taoyuan, onde embarcaram em um voo para a China antes do meio-dia de 3 de outubro.

Oficiais da Agência Nacional de Imigração de Taiwan afirmaram que o casal sabia que estava violando as regras do visto temporário, e o Conselho de Assuntos do Continente disse que o casal estava “abusando” do sistema de vistos e que analisaria futuras solicitações de maneira mais rigorosa.

Taiwan abriga uma grande comunidade de Hong Kong, uma vez que a aprovação de uma rigorosa lei de segurança nacional em Hong Kong resultou em um êxodo de residentes pró-democracia. A lei—imposta pelo PCCh—foi amplamente condenada internacionalmente, pois reflete leis vagas da China usadas para criminalizar a dissidência, como a proibição de “organizações ou entidades políticas da Região de estabelecer vínculos com organizações ou entidades políticas estrangeiras.”

Por anos, após a entrega de Hong Kong à China pelo Reino Unido em 1997, entendia-se que a relação China–Hong Kong seguia o princípio de “um país, dois sistemas”, onde Hong Kong manteria seus sistemas jurídico e político e a liberdade de expressão, algo inexistente na China. Críticos da nova lei de segurança nacional afirmam que ela pôs fim a esse acordo.

Taiwan, por sua vez, enfrenta uma relação cada vez mais tensa com o PCCh, que vê Taiwan como parte de seu território, a ser reunificado, se necessário, pela força. O PCCh nunca governou Taiwan, que possui seu próprio sistema democrático de governo.

Em 1º de outubro, o líder do PCCh, Xi Jinping, repetiu apelos para “alcançar a completa reunificação da pátria”, citando Hong Kong, Macau e Taiwan.