O senador republicano dos Estados Unidos, Marco Rubio, divulgou nesta quarta-feira um relatório de 328 páginas, acompanhado de um pequeno documentário, que conclui que a COVID-19 foi resultado de um acidente em um laboratório estatal em Wuhan e que o regime da China “escondeu a verdade”.
“As implicações são impossíveis de ignorar: Pequim escondeu a verdade. Esse relatório reforça a necessidade de responsabilizar o Partido Comunista Chinês (PCCh)”, enfatizou Rubio, filho de exilados cubanos.
O relatório, intitulado “Uma Situação Complexa e Grave” e “baseado em fontes britânicas e chinesas”, é “uma cronologia política” das circunstâncias que levaram ao surgimento do vírus que produziu uma pandemia com impacto global e não apenas no campo da saúde.
“Após anos de censura, há cada vez mais evidências de que algum tipo de acidente de laboratório é responsável pela pandemia”, disse Rubio em comunicado.
O senador ressalta que foram necessários dois anos “para compilar, editar e refinar um relatório que ajuda a preencher algumas lacunas críticas e já contribuiu para outros relatórios, audiências e investigações”.
O “resumo executivo” do relatório afirma que há indícios de que “um grave incidente de biossegurança” ocorreu no Instituto de Virologia de Wuhan (WIV), que faz parte da Academia Chinesa de Ciências (CAS), durante o segundo semestre de 2019.
Os autores observam que a metodologia de pesquisa dos cientistas chineses que registraram uma patente para uma vacina contra a COVID-19 em 24 de fevereiro de 2020, indica que eles começaram a trabalhar no mais tardar em novembro de 2019, quase dois meses antes de o regime chinês divulgar a existência do SARS-CoV-2.
De acordo com o relatório, os cientistas chineses têm estudado os coronavírus desde 2004 e o foco dessa pesquisa é o WIV, onde o primeiro laboratório de nível de biossegurança 4 da China foi aberto em 2017 ou no início de 2018.
Uma empresa chinesa construiu o laboratório usando um projeto francês modificado e, em 2018, o financiamento estatal foi aprovado para pelo menos dois projetos de pesquisa sobre o coronavírus.
Caixa de Pandora
Em abril de 2019, o vice-diretor da CAS expressou a necessidade de atualizar as instalações do WIV, algo que foi corroborado meses depois pelo secretário do PCCh nesse laboratório, quando ele falou sobre “deficiências atuais e problemas fundamentais na construção, operação e manutenção”.
Em 12 de setembro de 2019, o WIV desligou inesperadamente seu banco de dados de vírus online e, seis dias depois, informou o aeroporto de Wuhan sobre um surto simulado de um “novo coronavírus”.
Em 21 de setembro do mesmo ano, um morador de Wuhan conhecido apenas como Su morreu do que se acredita ter sido a COVID-19.
Em outubro, o Congresso da China revisou um projeto de lei de biossegurança chamando a situação de “sombria” e identificando “laboratórios que vazam agentes biológicos” como uma ameaça.
Em novembro, o governo chinês documentou vários casos de covid-19, mas não os tornou públicos. Um funcionário viajou de Pequim para Wuhan para entregar “instruções orais e escritas importantes em resposta à situação complexa e grave que o trabalho de segurança enfrenta”.
O relatório observa que o regime chinês, desde o início, negou a possibilidade de a COVID-19 ter vindo de um laboratório, mas, ao mesmo tempo, alertou seus funcionários sobre esses riscos e implantou novas medidas para evitar acidentes neste tipo de instalação.
De dezembro de 2019 a outubro de 2021, os pesquisadores do WIV registraram patentes de invenções destinadas a resolver problemas com o sistema de pressão de ar diferencial do laboratório, equipamentos de “biocontenção” e gerenciamento de resíduos.
“Qualquer um desses problemas poderia ter resultado na fuga de um patógeno do complexo do laboratório. Os pesquisadores do WIV confirmaram esse ponto explicando que suas invenções tinham o objetivo de evitar esse tipo de situação”, diz o estudo.
Entre para nosso canal do Telegram
Assista também: