Por EFE
Londres, 5 mai – O Reino Unido ultrapassou a Itália e já tem o maior número de mortes por Covid-19 na Europa, com mais de 32 mil óbitos, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira pelo Escritório Nacional de Estatística britânico (ONS, sigla em inglês).
Hoje, o ONS informou que 29.648 pessoas morreram do vírus na Inglaterra e no País de Gales até 27 de abril – contra 29.079 na Itália – o que, somado às mortes na Escócia e na Irlanda do Norte, daria um total de 32.313 mortes, de acordo com os cálculos dos meios de comunicação local.
Esse número é superior ao do Ministério da Saúde britânico, que ontem registrou um saldo total de 28.734 mortes no Reino Unido desde o início da pandemia, após um aumento de 288 em um só dia (o mais baixo desde março).
As análises do ONS, baseadas em certidões de óbito emitidas até a semana em que termina seu estudo, incluem não apenas os casos confirmados do novo coronavírus, mas também aqueles em que o vírus está listado como “possível causa”, o que explica a diferença com os dados do governo e de outros países.
A agência também se concentra na Inglaterra, região mais populosa do Reino Unido, e no País de Gales, enquanto a Escócia e a Irlanda do Norte fazem sua própria contagem.
As estatísticas do ONS para os sete dias até 24 de abril indicam que houve 21.997 mortes por qualquer causa na Inglaterra e no País de Gales, 11.539 a mais que a média para os dias do ano, embora o aumento de 354 mortes tenha sido o mais baixo desde 20 de março.
O declínio global das mortes indicaria, como assegura o governo, que o Reino Unido passou do pico da pandemia, embora, no momento, considere prematuro levantar as restrições impostas para impedir a propagação do vírus.
Os números do ONS também revelam que, embora as mortes por qualquer causa nos hospitais tenham diminuído na semana até 24 de abril, as registradas em casas de repouso aumentaram, com um crescimento de 595, para 7.911.
Diante da pressão da oposição para esclarecer sua estratégia, o primeiro-ministro Boris Johnson, que foi infectado pela Covid-19, deve expor esta semana seus planos para o desconfinamento e a reativação da economia.