Regime chinês revoga licença de jornalistas do “The Wall Street Journal”

19/02/2020 18:22 Atualizado: 19/02/2020 18:22

Por EFE

Pequim, 19 fev – O regime chinês anunciou nesta quarta-feira que revogará a licença de trabalho no país para três profissionais do jornal americano “The Wall Street Journal”, devido a publicação de um artigo considerado depreciativo e racista.

No último dia 3, o veículo publicou um texto de opinião sobre a resposta das autoridades locais à epidemia do novo coronavírus, que recebeu o título de “China, o verdadeiro doente da Ásia”.

Segundo o porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores do país, Geng Shuang, o artigo “provocou grande indignação entre a população chinesa, assim como a condenação generalizada da comunidade internacional”.

A expressão “O doente da Ásia” foi utilizada de forma depreciativa no fim do século 19 e princípio do 20, para se referir à China, então castigada por divisões internas e tentativas de colonização das potências ocidentais, que obrigaram a assinatura de uma série de tratados para obter concessões comerciais.

Geng afirmou que o regime chinês “não dá boas-vindas a meios de comunicação que fazem comentários racistas e que atacam maliciosamente a China”, por isso, foi apresentado uma queixa formal ao “The Wall Street Journal”.

Segundo o porta-voz, o regime pediu que o jornal reconhecesse a “gravidade do erro”, que se desculpasse publicamente e que investigasse os autores do texto, mas que nenhuma dessas medidas foi adotada, por isso, foi revogada a licença de trabalho.

A decisão foi tomada depois que o Departamento de Estado dos EUA designou ontem cinco veículos estatais chineses – a agência de notícias “Xinhua”, a emissora de televisão “CGTN”, a emissora de rádio “China Radio International” e os jornais “China Daily e “Diário do Povo” – como missões estrangeiras.

Com isso, passa a ser exigido aos meios de comunicação cumpram as mesmas regras que embaixadas e consulados, pois são controlados pelo governo.

“Nos reservamos ao direito de tomar medidas como represália”, concluiu o porta-voz do ministério.